A NIGHT IN SANTO DOMINGO
The night reproduces itself in my passing eyes.
We don’t let it sleep, so that it accompanies us by the wrecked corners, myth disguised in illegible drafts, petals grimy of memory of self forgotten memory.
Loneliness escaping through the window with its small transfigured riots.
Don’t forget of anything tonight, so that we don’t have come back here tomorrow.
Give me your lips one last time before they vanish from my vision’s ceilings.
Sweaty furniture while we improvise new sites in absentia of gravity.
When I saw your body learning how to fly in a Sky of aquarelle brushed up its extensive maritime architecture and clouds danced like trees in the wind.
It was when I unveiled the pain of this Word made up of many falls.
The same that now multiplies in my eyes that cross an endless corridor which leads from an horizon to another in the wakeful hours we get lost.
I recognize in silence certain relics that cross fate’s sill, whose language, always legitimate, confides a defiance after another.
Wherever you are, don’t reply me.
UMA NOITE EM SANTO DOMINGO
A noite se reproduz em meus olhos passageiros.
Não a deixamos dormir, para que nos acompanhe pelas esquinas naufragadas, o mito disfarçado em rascunhos ilegíveis, as pétalas encardidas da memória esquecida de si.
Solidão a escapar pela janela com seus pequenos tumultos transfigurados.
Não te esqueças de nada esta noite, para que amanhã não tenhamos que aqui regressar.
Dá-me teus lábios uma última vez antes que se apaguem os tetos de minhas visões.
Mobília suada enquanto improvisamos novos sítios à revelia da gravidade.
Quando vi o teu corpo aprendendo a voar um céu de aquarela retocava sua extensa arquitetura marítima e nuvens bailavam como árvores ao vento.
Foi quando desvendei a dor dessa palavra composta de muitas quedas.
A mesma que agora se multiplica em meus olhos que atravessam um corredor sem fim que me leva de um horizonte a outro das horas insones em que nos perdemos.
Reconheço em silêncio certas relíquias que cruzam a soleira do destino, cuja língua, sempre legítima, confidencia um desafio após outro.
Onde estejas, não me respondas.
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luiz leitão (inglês) | luizleitao@ebb.com.br
2011
2011
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