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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Marcha-à-ré / Backwards

  • Um Mercedes pendurado no sétimo andar do estacionamento do Bank of America, em Oklahoma, EUA.
    O carro bateu de marcha-à-ré na parede, quando o pé do motorista ficou preso no acelerador.
    Detritos caíram sobre um estacionamento abaixo, danificando vários carros, mas ninguém se feriu.
A Mercedes hangs from the 7th floor parking garage at the Bank of America in Oklahoma.
The car backed through the wall after the driver's foot stuck on the accelerator.
Debris rained down to a parking lot below, damaging several cars. No injuries were reported.

Solar handbags / Mochilas solares

High fashion is going high-tech with designers creating this season's must-have accessory: a handbag that recharges your cell phone or Blackberry.
A alta moda incorpora-se à alta tecnologia, com estilistas criando o caessório indispensável desta estação: uma mochila que recarrega seu telefone ou Blackberry.

De$vio$

O óleo chega à costa

A massive oil spill threatens to hit the southern U.S. coast with an environmental disaster.

O gigantesco vazamento de petróleo ameaça chegar à costa sul dos Estados Unidos, numa catástrofe ambiental.

Desastre ecológico

Um poço de petróleo submarino que explodiu nos Estados Unidos, uma milha abaixo do nível do mar, está vazando em três locais, despejando 5.000 barris (1 barril equivale a 159 litros) por dia no golfo - cinco vezes mais do que o originalmente estimado.
An underwater blown-out well in the US, a mile underwater, is leaking in three places, spewing 5,000 barrels ( 1 barrel equals 42 gallons, or 159 litres) a day into the gulf - five times more than originally thought

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Operação Gárgula II

POLÍCIA FEDERAL E CGU DESENCADEIAM A OPERAÇÃO GÁRGULA II
A Polícia Federal, com apoio da Controladoria Geral da União e participação do Ministério Público Estadual, deflagrou nesta manhã, 29/4, a Operação Gárgula II, com o objetivo de colher novos elementos para instrução de investigações que visam desarticular quadrilhas especializadas em desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A Operação Gárgula II é continuidade das Operações Gárgula e Província, deflagradas respectivamente em dezembro de 2008 e em março de 2010. Essas investigações constataram o envolvimento de empresas e escritórios em esquemas de desvio de verbas públicas federais e estaduais repassadas a Prefeituras do Estado do Ceará. As principais irregularidades dizem respeito a fraudes em licitações, obras inacabadas, serviços pagos e não executados, sobre-preço e superfaturamento.
Nesta data está previsto o cumprimento de seis mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, abrangendo residências de investigados, empresas e onze Prefeituras Municipais. A execução das ordens judiciais envolve um efetivo de 85 policiais federais e 14 servidores da Controladoria Geral da União, além da participação de Promotores do Ministério Público Estadual.
Os investigados poderão responder por desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
No transcorrer do dia será divulgada nova nota com maiores detalhes sobre a execução da operação policial.

Amigos da coluna

Roberto DaMatta
Antes que comece a conhecida temporada de demonização - parte e parcela - disto que promete ser um cordialíssimo e honesto processo eleitoral, eu teço loas ao um velho e querido amigo, engarrafado no seu nobre e discreto silêncio.
Como tudo que é humano, a coluna não passa sem amigos. Sem eles, ela não teria como sustentar-se e consubstanciar-se. Sem laços afetivos não há o amparo dos verbos gostar, entregar, comungar, dar, retribuir, reconhecer e amar. O gostar e o querer prazeroso, irmãos do "amar em paz" que os poetas cantam como uma utopia, mas que é, de fato, mais fácil do que parece desde que haja busca e sensibilidade. Pois como canta revolucionariamente Frank Sinatra: "Nice and easy, does it every time!" - com jeitinho, suavidade e paciência, o "êxito" chega sempre!
Cada vértebra desta coluna é feita de um suspiro de carência, em cima de um outro de esperança. Sem coluna não há prédio (ou jornal, como diriam, sem hesitação, alguns jornalistas). Mas sem os amigos, meus amigos, não haveria coluna. Ou melhor, ela - como esses políticos de merda que permeiam o Brasil e pensam que podem passar por cima das leis - existiria, mas seria uma coluna sem capacidade para aguentar o peso do sofrimento e da frustração que faz parte das polaridades que marcam a existência humana: alto/baixo; dentro/fora; animais/homens; inteligência/burrice; frio/quente; desejo/saciedade (e, depois, saudade); coletivo/individual; meio/fim; amor/indiferença. E a mais dura e, sem dúvida, a mais reconhecida de todas: vida/morte e o seu duplo, nós/eles.
Mencionei os suspiros e alentos que fabricam uma coluna. Mas não disse quem são os seus fornecedores permanentes. Hoje, quero destacar um dos meus amigos mais constantes. Refiro-me ao ilibado escocês Johnnie Walker Black, um primo irmão do poeta, igualmente embriagador, William Blake. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Outro dia, falava desta amizade com outros amigos, o antropólogo Luiz Roberto Cardoso de Oliveira; o pesquisador e sociólogo Aberto Carlos Almeida; o cientista político Paulo Kramer; o poeta, jornalista e antropólogo Rodolfo Gutilla; aos meus colegas Valter Sinder e Eduardo Raposo. O Johnnie, dizia, tem a vantagem de ser sempre o que você quer que ele seja. Rara qualidade, pois se tivermos com ele um papo marcado pela moderação, afastamos o fantasma do confronto destrutivo ou da condescendência que torna os "nossos" heróicos e revolucionários; e o resto, reles pecadores e reacionários empedernidos. Ao procurá-lo, jamais deixei de encontrar uma santa paciência. Nisso ele é líquido e certo! Ouve como ninguém os segredos mais escabrosos e sabe ser espirituoso sem ser um chato espiritualista. Mas se você ultrapassa um certo limite, ele pode destruí-lo porque é embriagadoramente franco e honesto. Mas se for respeitado, sua presença é como a das gueixas e das mães: feito de uma ausência zelosa, pois Johnnie é sempre sutil quando diz alguma coisa. Pena, lembra uma querida amiga, que ele seja escocês e um tanto sovina. Mas não custa lembrar a raridade de um amigo que pode ser devidamente fechado ou aberto. Ademais, ninguém é mais igualitário e liberal do que esse mr. Walker.
Sua presença tem sido marcante na minha vida. Sem ele eu não teria tido a coragem de insultar aquele filho da p... que me ofendia com suas intrigas argentinas. Sem ele, não poderia ter passado aquela noite solitária na famosa Amsterdã, onde os p... têm mais regras do que o Brasil, com a diferença de que são todas cumpridas. Do mesmo modo que jamais teria sobrevivido às minhas noites de autógrafos que, felizmente, duram pouco.
Johnnie Walker me encoraja a cantar velhas baladas e a olhar o mundo com otimismo. O que seria de mim sem ele para me aconselhar? E, mais que isso, para ouvir a mim mesmo? Sem ele - confesso - eu não encontraria o tema da coluna. Sua generosidade espiritual é tamanha que ele jamais me criticou ou corrigiu. Pelo contrário, ele aprova o que escrevo com aquele toque de amorosa recepção que é tão importante na arte de escrever. Esse labor que requer covardia e coragem simultaneamente. Por isso, eu o solicito todo sábado e domingo quando escrevo a coluna que vai ficando melhor, quanto mais eu falo com ele...
Tudo - toda a minha mediocridade e todo o meu ressentimento; toda a minha dor e toda a minha frustração dissolvem-se na sua inefável liquidez de feitio dourado. A coluna, meus amigos, pode não estar gostosa ou brilhante, mas o Johnnie Walker Black permanece dialogando com o solitário escritor que não cansa de tentar.

O menor cavalo / The smallest horse

Um cavalo recém-nascido, de apenas 35 centímetros de altura, e peso de 2,7 quilos, poderá ser o menor cavalo do mundo.
A newborn horse 14 inches tall and weighing just six pounds could be the world's smallest.

Tragédia ecológica / Ecologic tragedy

The White House said it will use all available resources to contain an oil spill off the Gulf of Mexico - which may take up to 90 days to stop.

A Casa Branca informou que lançará mão de todos os recursos disponíveis para conter o derramamento de óleo no Golfo do México - que poderá levar 90 dias para ser contido.

Cassini and Amateurs Chase Storm on Saturn

Com a ajuda de astrônomos amadores, o instrumento composto de espetrômetro infravermelho a bordo da sonda da NASA Cassini conseguiu ver, pela primeira vez, uma massiva nevasca na atmosfera de Saturno.
O instrumento coletou os dados mais detalhados das temperaturas e distribuição de gases nas tempestades do planeta.
Os dados mostraram uma grande e turbulenta tempestade, dragando quantidades enormes de materiais das profundezas da atmosfera , e cobrindo uma área pelo menos cinco vezes maior que a coberta pela maior nevasca que atingiu este ano a cidadede de Washington, D.C.-área de frentes de tempestades apelidada "Snowmageddon."
"Estávamos tão ansiosos em receber um sinal dos amadores," diz Gordon Bjoraker, membro da equipe do espectrômetro infravermelho compósito baseado no Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland. Normalmente, diz, "dados da célula de tempestade já estariam com a média calculada."
Os instrumentos de ondas de rádio e plasma da Cassini e as câmeras de imageamento estiveram à procura de tempestades de relâmpagos e trovões em Saturno durante anos em uma faixa em torno das latitudes médias apelidadas "storm alley" (alameda das tormentas).
Mas tempestades podem ir e vir numa escala temporal de semanas, enquanto as observações e capturas de imagens da Cassini devem estar posicionadas com meses de antecedência.
Os instrumentos de rádio e plasma captam com regularidade descargas eletrostáticas associadas às tempestades, de modo que membros da equipe enviam dicas periódicas a astronomos amadores, que podem rapidamente assumir seus telescópios no quintal e tentar ver as brilhantes nuvens convectivas de tempestade.
Astronomos amadores, inclusive Anthony Wesley, Trevor Barry e Christopher Go receberam um desses avisos em fevereiro e conseguiram tirar dezenas de fotos durante várias semanas seguintes.
In late March, Wesley, an amateur astronomer from Australia who was actually the first person to detect the new dark spot caused by an impact on Jupiter last summer, sent Cassini scientists an e-mail with a picture of the storm.
"I wanted to be sure that images like these were being seen by the Cassini team just in case this was something of interest to be imaged directly by Cassini or the Hubble Space Telescope," Wesley wrote.
Cassini scientists eagerly pored through the images, including a picture of the storm at its peak on March 13 by Go, who lives in the Philippines.

By a stroke of luck, the composite infrared spectrometer happened to be targeting the latitude of the storms. The instrument's scientists knew there could be storms there, but didn't know when they might be active.

Data obtained by the spectrometer on March 25 and 26 showed larger than expected amounts of phosphine, a gas typically found in Saturn's deep atmosphere and an indicator that powerful currents were dredging material upward into the upper troposphere.
The spectrometer data also showed another signature of the storm: the tropopause, the dividing line between the serene stratosphere and the lower, churning troposphere, was about 0.5 Kelvin (1 degree Fahrenheit) colder in the storm cell than in neighboring areas.
"A balloonist floating about 100 kilometers down from the bottom of Saturn's calm stratosphere would experience an ammonia-ice blizzard with the intensity of Snowmageddon," said Brigette Hesman, a composite infrared spectrometer team member who is an assistant research scientist at the University of Maryland. "These blizzards appear to be powered by violent storms deeper down - perhaps another 100 to 200 kilometers down - where lightning has been observed and the clouds are made of water and ammonia."

I read the news today, oh boy

A letra, escrita à mão por John Lennon, de sua canção A Day In The Life, que irá a leilão na Sotheby's, em Nova York.
John Lennon's handwritten lyrics to A Day In The Life, which will be offered at auction by Sotheby's in New York.

Exercícios militares / Military exercises

Tropas das Forças Especiais da França, pertencentes ao 4º Regimento de Helicópteros, simulam uma operação de resgate de reféns em Tarbes, sudoeste da França.
French Special Forces troops of the 4th Helicopters Regiment simulate a hostage-rescue operation in Tarbes, southwestern France.

Toque mortífero / Deadly touch

Estes minúsculos sapos podem fazer você coaxar - sua pele é 200 vezes mais tóxica que a morfina.
O Aquário Bluereef, em Southsea, Hants, Reino Unido, está comemorando a criação de dezenas dessas criaturas ameaçadas, após anos de tentativas.
O veneno dos sapos Phantasmal pode matar qualquer um que simplesmente os toque.
These tiny frogs could make you croak - their skin is 200 times more toxic than morphine.
Bluereef aquarium, Southsea, Hants, is celebrating breeding dozens of the endangered creatures after years of trying.
Phantasmal poison frogs can kill anybody who merely touches them.

Operação Desvio

OPERAÇÃO DESVIO DESARTICULA QUADRILHA QUE DESVIAVA MEDICAMENTOS DO SUS
A Polícia Federal e Ministério Público Federal com apoio da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária desencadearam hoje, 29, em Recife a “OPERAÇÃO DESVIO” com o objetivo de desarticular organização criminosa que desviava medicamentos e materiais hospitalares de unidades mantidas pelo Sistema Único de Saúde-SUS.
Estão sendo cumpridos 11 Mandados de Prisão Preventiva, 44 de Mandados de Condução Coercitiva, além de 74 Mandados de Busca e Apreensão. Ao todo participam da operação 300 policiais federais mobilizados de seis estados da federação (Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte).
As investigações deram conta da existência de uma quadrilha formada por grupos de pessoas com funções definidas, tais como: captadores - funcionários e prestadores de serviços de grandes hospitais públicos, que trabalhavam diretamente com medicamentos e materiais hospitalares (técnicos em enfermagem, maqueiros, seguranças, faxineiros e atendentes), os quais desviavam produtos em pequena quantidade para uma rede de atravessadores – que repassavam, com algum lucro, para empresas do ramo de venda de medicamentos e revendedores (distribuidores de medicamentos hospitalares, farmácias, hospitais e clínicas particulares) os quais conseguiam agregar maior valor aos produtos desviados, negociando-os para o consumidor final.
Alguns investigados, adquirentes dos produtos cuja procedência ilegal lhes é conhecida, costumavam “maquiar” tais transações comerciais com a cobertura de notas fiscais falsas. A retirada ilícita de medicamentos das unidades hospitalares e farmácias públicas costumava ocorrer de forma pulverizada, em pequenas quantidades por vez, cuidado que é justificado para não chamar atenção para os pequenos furtos. Outra forma comum de se camuflar o crime era a retirada de apenas parte do medicamento, desprovido das embalagens.
As informações angariadas no inquérito identificaram, entre os hospitais integrantes do SUS vitimados pela ação dos criminosos, os seguintes: Hospital Agamenon Magalhães, Hospital da Restauração, Hospital Oswaldo Cruz, PROCAPE – Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, Hospital Otávio de Freitas, Hospital Getúlio Vargas, Hospital das Cínicas e, ainda, a Farmácia do Estado de Pernambuco.
Em decorrência das investigações, que ganharam fôlego nos últimos seis meses, foi possível a realização de duas prisões pela Polícia Federal no último mês de dezembro, em que foram flagrados desvios de medicamentos públicos, bem como de ulteriores ações controladas (consistentes no retardo da interdição policial, mantida sob observação e acompanhamento, para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações).Dentre os diversos tipos de medicamentos desviados dos hospitais, encontram-se fármacos integrantes do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, listados na Portaria nº 2.048 do Ministério da Saúde, de 3/9/2009, que são adquiridos com recursos do Ministério da Saúde, tais como LIPITOR (Atorvastatina), CIPRO (Ciprofloxacina), FORMOCAPS (Formoterol), PULMICORT (Budesonida), REBIF e AVONEX (Betainterferona). Os medicamentos eventualmente apreendidos serão devolvidos, com brevidade, aos hospitais dos quais foram desviados, de forma a minorar os prejuízos já causados ao funcionamento do Sistema Único de Saúde.
Os crimes atribuídos a esta organização criminosa são: Peculato (art. 312 do CP) – comunicável nos termos do art. 30 do CP, Formação de quadrilha (art. 288 do CP); Receptação qualificada (art. 180 §§ 1º e 6º); Falsidade ideológica (art. 299 do CP); Uso de Documento Falso (art. 304 do CP);Tráfico e Associação para o Tráfico de Drogas (arts. 33 e 35 da Lei 11.343/06).
A Polícia Federal terá quinze dias, prorrogáveis por mais quinze, para concluir as investigações em relação aos investigados presos (art. 66 da Lei nº 5.010/66), e o Ministério Público Federal disporá de cinco dias para oferecer denúncia, contados da data de recebimento do inquérito policial relatado (art. 46 do Código de Processo Penal). O caso será também encaminhado para o Procurador da República vinculado ao ofício de tutela coletiva, a fim de que sejam adotadas as providências cabíveis pelo Ministério Público Federal quanto a eventual prática de ato de improbidade administrativa.
As investigações policiais, que tramitam sob segredo de justiça, continuarão não apenas em relação aos investigados em liberdade, como também a fim de abranger outros autores de crimes idênticos que ainda não tenham sido indiciados.

Operação Risco Duplo

PF DEFLAGRA OPERAÇÃO RISCO DUPLO
A Polícia Federal deflagrou hoje, 29, em conjunto com a Receita Federal do Brasil, a Operação Risco Duplo.
Policiais Federais cumpriram mandados de busca e apreensão em oito locais ligados a pessoas suspeitas de praticarem fraudes em Declarações de Imposto de Renda das Pessoas Físicas, acompanhados dos auditores fiscais da Receita.
A operação decorre de uma investigação iniciada há um ano, a partir da identificação de três escritórios de contabilidade que agiam independentemente, mas promovendo fraudes com características semelhantes.
Foram verificados indícios de que os contadores e consultores tributários titulares desses escritórios estariam orientando a sua clientela para que declarassem ao fisco falsas despesas dedutíveis, a fim de aumentar indevidamente os valores das restituições. Despesas simuladas com saúde, previdência privada e educação foram as principais deduções utilizadas para reduzir, em até 80%, a base de cálculo do imposto de renda.
Os contribuintes que se beneficiaram das irregularidades serão intimados pela Receita para que comprovem as informações declaradas. Se os dados não forem confirmados, além do imposto devido, poderá ser cobrada multa de até 150% do imposto omitido.
Os contribuintes envolvidos nas fraudes estão sujeitos, ainda, às sanções penais previstas para os crimes contra a ordem tributária, com penas que variam entre dois a cinco anos, e multa. Os contribuintes têm até a meia-noite de sexta-feira (30/4) para enviar declarações à Receita Federal, inclusive aqueles que desejarem retificar as suas informações.
Risco duplo porque, além da multa de 150%, os que foram flagrados serão processados criminalmente.

Decolagem frustrada / Frustrated take-off

Research balloon breaks free from moorings and overturns parked car, narrowly missing onlookers A giant space balloon careens across the Australian desert and into a parked four-wheel-drive.
A giant NASA science balloon is inflated at the launch site near Alice Springs, Australia.
The balloon, the size of a football field when inflated was designed to float up to 40 kilometres (25 miles), deep in the stratosphere to measure X-rays and gamma rays sent out by various stars and galaxies.

Um balão de pesquisas soltou-se no lançamento, passando sobre carros e quase atingindo pessoas. Trata-se de um gigantesco balão espacial, que seria lançado do deserto Australiano.

O gigantesco balão científico da NASA aparece na foto sendo inflado, no local de lançamento, próximo a Alice Springs, Austrália.
Com o tamanho de um campo de futebol, o balão foi projetado para pairar a até 40 quilômetros de altitude, nas profundezas da estratosfera, para medir raios-X e Gama emitidos por várias estrelas e galáxias.

How hard can it be? / Quão mais dura?

A worker gathers sulphur deposits at the crater of Ijen Volcano in Banyuwangi, East Java.
Think about this. Sulphur is highly poisonous. How much harder can life be?
Um trabalhador recolhe enxofre na cratera do Vulcão Ijen, em Banyuwangi, Java Leste.
Pense nisto: A nuvem é de enxofre, altamente venenoso. Quão mais dura pode ser a vida?

Milagros Cerron

A garota peruana de seis anos Milagros Cerron dança para os repórteres em sua festa de aniversário, na prefeitura de Lima.
Conhecida como a "Pequena Sereia", por causa de uma rara condição de nascença, em que suas pernas são grudadas, ela está em franca melhora, após a terceira operação nos últimos cinco anos.
Six-year-old Peruvian girl Milagros Cerron dances for the media during her birthday ceremony at Lima's City Hall.
Known as the 'Little Mermaid' because of a rare birth defect in which her legs were joined together, she is making good progress after being operated on three times in the last five years.

Mantis / Louva-a-Deus

Uma louva-a-Deus grávida sobe pelas flores, na Cidade do Cabo, África do Sul.
A pregnant Praying Mantis climbs through Fynbos flowers in Cape Town, South Africa.

Lunchtime

Um pardal alimenta seus recém-nascidos bebês em seu ninho, em St Louis, Missouri, EUA.
A robin feeds newly-hatched babies in its nest in St Louis, Missouri, US.

Guloso / Greedy

Um esquilo guloso A entulha sua boca de amendoim.
O esfomeado roedor tem se tornado uma presença comum após adquirir a coragem de ser alimentada à mão na casa one ela se estabeleceu.
Christian Stepien fez essa foto hilária no jardim da casa de sua mãe, em Mississauga, Ontario, Canadá.
A greedy chipmunk crams a peanut into its mouth.
The ravenous rodent has become a regular sight after plucking up the courage to be fed by hand at the house where she has set up home.
Christian Stepien took thise hilarious picture in his mother's backyard in Mississauga, Ontario, Canada.

Oil leak satellite view / O vazamento de petróleo visto de satélite

Um foto de satélite feita pela NASA mostra a mancha de óleo do vazamento de 42.000 galões diários (1 galão= 3,785 litros) de um poço no Golfo do México, após uma explosão na plataforma The Deepwater Horizon, da BP.
O Delta do Rio Mississippi está ao centro da imagem, e a mancha de óleo é a imagem cinza de formato incerto, à direita.
A satellite photo provided by NASA shows the oil slick from the 42,000 gallon-a-day oil leak from a well in the Gulf of Mexico following an explosion at the The Deepwater Horizon BP platform.
The Mississippi Delta is at image centre, and the oil slick is a silvery swirl to the right.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alea jacta est

A sorte está lançada, em latim. Desde que nascemos, ou melhor, antes mesmo disso, nossa sorte já está lançada. Às vezes - ou quase sempre - nos esquecemos que o aleatório comanda nosso destino e achamos que temos controle das coisas. Podemos tê-lo de algumas coisas, por certo tempo, mas é só.
Amanhã (escrevo às 23h45, GMT - 3), você poderá conhecer alguém com quem viverá para o resto da vida, ou durante parte dela.
Você planeja isso? Irei a tal lugar, em tal hora, me sentarei a uma mesa com outras pessoas pessoas, e a amiga "tal" me apresentará uma conhecida sua... É assim que acontece? Não, é assim que jamais acontece.
Poderá ser demitida, ou contratada. Tomar a decisão certa, que depende de vários fatores, ou a errada, idem.
É extremamente difícil para a maioria lidar com a incerteza, embora viva sob ela o tempo todo. Por isso, o sucesso das religiões, das crenças, das videntes, a tola crença no horóscopo.
Não apenas ignoramos o dia da nossa morte como nem mesmo saberemos que morremos quando isso acontecer.

Turma do sítio de dona Dilma bota pra quebrar

José Nêumanne
Petistas tentam aprimorar na internet brilho do currículo da candidata de Lula
Chegaram ao noticiário político os primeiros sinais de que o sítio na internet para divulgar a candidatura oficial da ex-chefe da Casa Civil do governo Lula da Silva Dilma Rousseff (www.dilmanaweb.com.br), anunciado com espalhafato, está aí mesmo é para protagonizar, e não meramente para figurar na campanha presidencial. E, a exemplo de como bradava o Velho Guerreiro Abelardo Barbosa, o Chacrinha, não veio propriamente para explicar, mas, sim, para confundir.
O primeiro indício neste sentido foi dado por ocasião do lançamento, na revista semanal da televisão Fantástico, da campanha publicitária do 45º aniversário da Rede Globo. Uma demonstração de que a função da equipe que administra esse endereço eletrônico é disparar contra adversários e inflar a petista foi a acusação de que a monopolista de audiência no meio de comunicação mais popular entre as massas fazia propaganda subliminar do tucano José Serra.
Isso porque o total de anos de existência que a Globo completa coincide com o número que o eleitor que quiser sufragá-lo digitará na urna eletrônica. O exagero parece semelhante ao PSDB pedir que o treinador de futebol Zagallo seja proibido de manifestar sua predileção supersticiosa pelo número 13, pública e notoriamente coincidente com o da candidata do PT. Ou ainda que a torcida do 13 Futebol Clube, de Campina Grande, Paraíba, seja emudecida à força em anos eleitorais - no Brasil de dois em dois. Mas logo o aparente absurdo se dissolveria, já que, numa demonstração de que quem tem concessão precária de um negócio bom e poderoso como televisão, dependendo dos humores dos governantes, tem, sim, medo de ser feliz, a Vênus Platinada mandou para o lixo a campanha e deixou até de servir o bolo de aniversário.
Ainda ecoava nos meios de comunicação a estupefação de alguns inconformados com a intrusão de Franz Kafka em nossa eleição quando a turma do sítio de dona Dilma botou pra quebrar de novo. Ao mesmo tempo em que o ex-áulico de Lula Ciro Gomes atira com sua metralhadora giratória na favorita dele, notificando a escassez de seus méritos biográficos, o que não a legitimaria na disputa do cargo mais poderoso da República, os solertes companheiros da célula cibernética decidiram “refundar” a biografia da candidata. Petistas têm notória predileção por esse verbo, na ilusão de que ele, tendo mandado a lógica aristotélica às favas, signifique fundar uma vez mais, o que nunca seria possível. No entanto, como o termo significa apenas e tão-somente afundar mais, fica a permanente impressão enviesada pelo distinto público de que Tarso Genro pretendia aprofundar o partido quando se candidatou a presidente e o governador da Bahia, Jaques Wagner acusou o presidente da República de torná-la cada dia mais funda. E, nessa “refundação” (esta palavra, como lembra o escritor Alex Solomon, não está registrada no dicionário), enfiaram uma foto da atriz Norma Bengell numa passeata de protesto contra a ditadura entre flagrantes de Dilma menina e Dilma mulher.
Foi aí que a turma do sítio, pilhada em flagrante delito, “refundou” o passado sem brilho da candidata ao tentar fazê-la alçar voo. E terminou acusada de copiar titio Josef Stalin, que costumava eliminar ex-camaradas caídos em desgraça dos verbetes das enciclopédias, dos parágrafos dos livros de história e até das fotografias dos momentos históricos da gloriosa Revolução Soviética de 1917. Oh, que pena! O palpite, contudo, é tão infeliz quanto a tentativa de fazer passar a ainda então belíssima estrela de Os cafajestes pela ilustre prócer no viço da juventude. O “guia genial dos povos” eliminava fisicamente os inimigos e os excluía até das fotografias (não necessariamente nessa ordem). Já a travessa turma do sítio de dona Dilma tentou adaptar a História do Brasil às conveniências de sua campanha para anabolizar os méritos pretéritos da mesma. Só conseguiu, porém, chamar a atenção dos adversários e do eleitorado em geral para as fragilidades biográficas da pretendente ao trono.
Em favor da patota urge que nisso não é única nem singular. Antes, um solerte servidor da então chefe da Casa Civil do governo Lula tentou plantar no currículo acadêmico dela um mestrado que não defendeu e um doutorado que nem sequer cursou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O repórter Luiz Maklouf de Carvalho o pegou na mentira com declarações explícitas da direção da renomada instituição acadêmica. E a que foi mestra sem nunca ter sido reagiu ao flagrante com a desculpa de que não concluiu a dissertação porque estava trabalhando. Sim! E daí?
Tenta-se ainda reescrever o currículo de Dilma no documentário, em cartaz em São Paulo, Utopia e barbárie. Seu diretor é Sílvio Tendler, testemunha de que o presidente teria feito uma “brincadeira” entre amigos ao narrar uma tentativa frustrada de assédio a um companheiro de cela no Dops, lembrada por César Benjamin em artigo publicado na Folha de S.Paulo. No filme, de forma menos subliminar que o número dos anos da Globo, ela depõe sobre a própria atuação na luta armada da esquerda contra a ditadura militar de direita no Brasil. De blusa vermelha, a ex-guerilheira não relembra um fato heroico, só recita teorias que o ministro da Propaganda da República petista, Franklin Martins, defende com mais clareza. Ele e ela não dizem que lutaram pela democracia, mas garantem que resultou da luta de ambos a irreversível implantação de uma mentalidade libertária no Brasil. Terá sido? Sua qualificação como “economista” no filme parece irônica, porque a exibição do filme coincide com a celebração do 80º aniversário de Maria da Conceição Tavares, notória mestra dos economistas de esquerda no País.
Fatos refundam um passado que áulicos engajados tentam reconstruir, talvez convictos de que Josef Goebbels tinha de fato razão ao atribuir à mentira insistente foros de verdade absoluta.
José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde.

Asteroid 24 Themis

O asteroide 24 Themis, localizado a mais de 300 milhões de quilômetros da Terra, está coberto de gelo, informam cientistas em dois artigos na edição desta semana da revista Nature.
A descoberta é inesperada - qualquer água depositada sobre o asteroide deveria, em princípio, vaporizar-se em pouco tempo - mas dá sustentação à ideia de que os oceanos da Terra vieram do espaço.
Um dos autores do principal artigo a descrever a descoberta, Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central, especula ainda que esses astros poderão se tornar importantes para o estudo da origem da vida.
"Asteroides e cometas podem ter trazido para a Terra os blocos constituintes para a vida formar-se e evoluir em nosso planeta", disse ele. "Embora as condições nos asteroides não sejam favoráveis para a vida, o estudo de asteroides primitivos como 'fertlizadores' pode se tornar uma área de interesse". Além de água, 24 Themis também carrega matéria orgânica.
A descoberta da água foi feita com base na análise da luz solar refletida por 24 Themis, um dos maiores asteroides do chamado cinturão principal, que fica entre Marte e Júpiter. Diferentes substâncias absorvem e refletem diferentes frequências de radiação, e a análise dos padrões de absorção, chamados espectros, permite identificar a composição de objetos distantes.
A astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou da descoberta, comparando o espectro do asteroide ao de meteoritos e minerais, e também assina o artigo. Para ela, é difícil prever quando um trabalho vai acabar em uma revista de tanto prestígio quanto a Nature. "Realizamos nossa pesquisa. E então surge um resultado surpreendente que merece a publicação", explica Thaís.
Em 2006, a cientista brasileira iniciou sua colaboração com Campins. Thaís é especialista em famílias de asteroides e sabe aplicar a espectroscopia para investigar a composição desses corpos celestes. Ela conta que, a princípio, não esperava encontrar gelo no asteroide. A principal hipótese era silicato hidratado, um composto que não contém água mas testemunha a existência da substância em algum momento do passado. "Na região do Sistema Solar onde está o 24 Themis, considerávamos improvável a presença de gelo", explica a pesquisadora.
Agora, Thaís participa do Projeto Impacton, coordenado pelo Observatório Nacional. Nas próximas semanas, será instalado um telescópio na cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. O instrumento, que conta com um espelho de um metro de diâmetro, vai investigar objetos próximos à órbita da Terra.
A presença de água em asteroides pode ajudar a entender a origem dos oceanos terrestres, explica o astrofísico da Queen's University de Belfast, Henry H. Hsieh, em comentário também publicado na Nature. Ele lembra que nosso planeta deve ter nascido seco, por ter se formado numa região do espaço próxima demais do Sol para permitir a presença de gelo. Além disso, oceanos primitivos, caso existissem, teriam sido vaporizados pelo grande impacto que, acredita-se, deu origem à Lua. Hsieh compara 24 Themis ao celacanto, o peixe que é considerado um "fóssil vivo".
"Uma hipótese publicada em 2000 propõe um grande impacto de um objeto formado na região geral onde o asteroide Themis está agora" como origem para os oceanos, destaca Campins. O pesquisador e seus colegas oferecem algumas possíveis explicações para a presença de água na superfície do asteroide. O gelo, ponderam, poderia se manter estável se enterrado a alguns metros de profundidade no astro, e poderia estar vindo à tona graças a um bombardeamento constante de micrometeoritos. Outra hipótese seria a lenta sublimação do gelo subterrâneo, que poderia variar em ritmo com o movimento do asteroide no espaço.
A possibilidade menos favorecida pelos pesquisadores é de um impacto com um cometa, que teria deixado 24 Themis coberto de água.
Themis está longe demais para ser o alvo da missão com astronautas a um asteroide proposta para 2025 pelo presidente dos EUA Barack Obama, mas Campins acredita que asteroides mais próximos da Terra também possam conter água e matéria orgânica, embora não na superfície. "Gelo de superfície é improvável, mas gelo e moléculas orgânicas abaixo da superfície são uma possibilidade interessante", afirma o cientista. "Há alguns asteroides próximos da Terra com composição da superfície no geral similar à de 24 Themis e que seriam alvos atraentes para exploração espacial".
Asteroid 24 Themis and two small fragments resulting from an impact more than 1bn years ago. Scientists were surprised to find ice and organic chemicals on the asteroid's surface.
Astronomers have detected a coating of ice and organic chemicals on one of the largest asteroids in the solar system.
The
space rock, called 24 Themis, is roughly the size of Sicily and orbits the sun in the main belt of asteroids between Mars and Jupiter, more than 300 million kilometres from Earth.
The discovery supports the idea that asteroids may have brought plentiful supplies of water and organic material to Earth in the distant past and so set the stage for the emergence of life. Two independent groups confirmed the composition of the asteroid's surface after observing the 200km-wide rock using
Nasa's Infrared Telescope Facility (IRTF) which sits on the summit of Mauna Kea in Hawaii.
Analysis of infrared light glinting off the surface of the asteroid revealed that some wavelengths were being absorbed by water molecules. Further investigation suggested complex organic molecules were also present. The findings are reported in two papers in the journal
Nature.
"The organics we detected appear to be complex, long-chained molecules," said Josh Emery, a planetary scientist at the University of Tennessee and lead author on one of the studies. "Raining down on a barren Earth in meteorites, these could have given a big kickstart to the development of life."
The discovery of frozen water on the asteroid has surprised some scientists because the sun warms the surface enough for ice to melt. One possible explanation is that ice in the core of the asteroid is heated into water vapour, which seeps through pores in the rock and freezes temporarily when it reaches the surface.
In the second study, a team led by Humberto Campins at the University of Central Florida timed its observations to take account of the asteroid's rotation every eight hours and produce a crude map of the surface. It shows that the entire surface of the asteroid is coated with a layer of frost no more than one ten-thousandth of a millimetre thick.
In an accompanying article, Henry Hsieh, a planetary scientist at Queens University in Belfast, likened the ice to a "living fossil": a remnant of the solar system that many considered long gone. "This is a thin layer of ice. It's not like going outside on a snowy day," he told the Guardian. "But we didn't really think water would survive in the asteroid belt, and certainly not on the surface of an asteroid."
The discovery is intriguing because it may finally explain how two thirds of the Earth came to be submerged in water, turning a parched rock into a haven for life.
The Earth formed close to the sun as a dry boulder 4.5bn years ago, but asteroids from cooler regions of space would have slammed into the surface for millennia, releasing any water they contained on impact. At the time, asteroids were more numerous and may have carried far more water than has been found on 24 Themis.
Some scientists believe asteroids may have delivered water to every planet in the solar system, but Earth's rocky surface, size and orbit ensured water condensed and remained on the ground, ultimately forming vast seas and oceans.
"Each asteroid might not have carried a lot of water, but if you strike a planet with a few thousand or million of them, it would gradually build up," Hsieh said.
The finding of frozen water as far out as the main asteroid belt suggests water might also be spread throughout alien solar systems. "The building blocks of life – water and organics – may be more common near each star's habitable zone," said Emery. "The coming years will be truly exciting as astronomers search to discover whether these building blocks of life have worked their magic there as well."

Decisão inepta

TRF da 3ª região tranca uma ação penal contra banqueiro Daniel Dantas
A 2a turma do TRF da 3ª região se debruçou ontem, novamente, na análise de processo que envolve, entre outros nomes, o do ex-banqueiro Daniel Dantas no conhecido "Caso Kroll". O processo de origem tramita na 5a vara Criminal Federal de São Paulo.
No último dia 13, o julgamento foi sobrestado a pedido da desembargadora Federal relatora Cecília Mello, após considerações prévias apresentadas pelo desembargador Nelton dos Santos, para apreciação da denúncia em maior extensão.
Ontem, diante de diversos advogados que assistiam ao julgamento, a relatora leu trechos do seu voto que concedeu, em parte, a ordem para trancar a ação penal contra Daniel Dantas, com extensão aos outros réus, relativa à corrupção ativa, receptação e divulgação de dados sigilosos. O voto da relatora foi acompahado pelos desembargadores Nelton dos Santos e Henrique Herkenhoff, este ficando vencido apenas na questão da denúncia de corrupção, que ele não considerou inepta.
Durante a sessão, em vários momentos os desembargados Federais apontaram equívocos da denúncia da lavra de Procuradores da República de São Paulo. Henrique Herkenhoff disse que a denúncia poderia ter sido "mais clara".
E, por ser extensa, complementou o desembargador, as partes ficam distantes uma das outras, dificultando a compreensão.
Para Nelton dos Santos, a denúncia foi "excessiva". Ontem, no julgamento, o MPF foi representado pela procuradora regional da República Janice Agostinho Barreto Ascari. Os desembargados também entenderam que não houve prejuízo à administração pública, e o prejuízo foi, reforçaram, de particulares.
Na questão do delito de receptação os desembargadores foram enfáticos : "apenas coisas corpóreas e móveis são suscetíveis de receptação". "Não posso ser receptador de uma informação", afirmou o desembargador Nelton dos Santos.
Ele disse que na primeira leitura da denúncia já achou estranha a acusação de receptação. Durante o voto, Nelton dos Santos parabenizou a desembargadora Cecília pelo enfrentamento das questões, e com tirocínio fez várias recomendações. Vejamos :
"Na ação penal o juiz não deve ter preocupação menor ou maior com a defesa ou acusação." "Um juiz não deve tomar uma decisão às vassouradas." "O juiz não pode vestir uma camisa acusatória, nem advogar por ninguém."

A Arca de Noé? / Noah's ark for real?

Parte de uma estrutura com que uma equipe de exploradores evangélicos chineses e turcos dizem poder provar a existência da Arca de Noé.
O grupo disse que recuperou espécimes de madeira da estrutura do Monte Ararat, no leste da Turquia, e a datação por carbono teria provado que sua idade é de 4.800 anos.
Part of a structure that a group of Chinese and Turkish evangelical explorers claim might prove the existence of Noah's Ark.
The team said they recovered wooden specimens from the structure on Mount Ararat in eastern Turkey and carbon dating proved it was 4,800 years old.

Thelma & Co.

Thelma, uma fêmea de golfinho-nariz-de-garrafa atlântico, nada com seu filhote recém nascido, na enseada Discovery, em Orlando, Flórida.
Thelma, an Atlantic bottlenose dolphin, swims with her newborn calf at Discovery Cove in Orlando, Florida.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Os Hereros

Pela simpatia que sinto por Angola, mas não só por ela, não resisto a reproduzir aqui matéria de Roberta Pennafort, no Caderno Cultura do jornal O Estado de São Paulo de hoje, 27/4.
Seu belo trabalho revela as andanças do fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra, que por lá vive desde o século passado, 1999.
Aliás, eu já disse aqui que, se tivesse tido uma filha, eu a batizaria Luanda.
A etnia herero, que habita a região central de Angola, na África, é composta por pastores polígamos e seminômades. Ninguém conhece tão bem esse povo - nem mesmo os angolanos - quanto o pernambucano Sérgio Guerra, 49 anos. Fotógrafo e publicitário, há 12 anos Guerra vive e trabalha em Angola, na área de comunicação do governo.
Fascinado pela cultura dos herero, ele lança , em São Paulo, o livro "Hereros - Angola", uma bela edição, com 242 imagens nas quais registrou cenas do cotidiano, cerimônias e costumes desse povo.
Foto: Sérgio Guerra
A primeira vez que Sérgio Guerra teve contato com a etnia foi em 1999, durante a gravação de um programa de TV para a emissora estatal de Angola. Desde então e até o ano passado, Guerra retornou ao local outras vezes, sempre fotografando o jeito de viver do povo herero. Até que decidiu lançar o livro. "Numa das viagens, passei dois meses ininterruptos na tribo, registrando os costumes deles. Fiz grandes amigos lá", diz.
Mas não foi fácil para Guerra, que é vegetariano. Os herero possuem costumes completamente diferentes. O gado que eles criam é parte da dieta, com leite e carne. Eles desprezam o peixe e ocasionalmente caçam e coletam frutos. Apesar de ter acesso a água, o povo não toma banho e protege a pele com uma espécie de manteiga misturada com raspas de uma pedra rica em óxido de ferro. "É por isso que nas fotos eles têm uma coloração meio avermelhada. De fato, a mistura protege a pele. Não senti nenhum odor", conta Guerra.
Mas não tomar banho é a faceta menos intrigante desse povo. Todas os bebês meninos devem ser circuncidados e as meninas, assim que menstruam, devem fazer sexo com um primo para prepará-la para o casamento. "Eventualmente, algumas engravidam. Se já estiverem prometidas a um marido, o filho será considerado como sendo dele. Caso contrário, será do primo que a engravidou", diz. Uma das marcas registradas dos herero é a falta dos três dentes incisivos inferiores (os da frente). Os dentes são arrancados num ritual de passagem da adolescência para a vida adulta. O procedimento é feito com um pedaço de pau e pedra. "Quando a dor passa, o jovem fica orgulhoso em mostrar a boca sem os três dentes."
O povo herero também é bastante festivo. Sempre que um bebê nasce, ocorre uma grande celebração na aldeia. "Quando são gêmeos, a festa é maior ainda", diz Guerra. Quando um dos gêmeos morre, o irmão ganha uma tora de madeira, representando o que morreu e que ele deverá guardar pelo resto da vida. Momentos como esses, que mostram instantes bem particulares da tribo, foram registrados pelas lentes de Sérgio Guerra em belíssimas fotos, ampliadas nas 260 páginas do livro.
Roberta Pennafort
Sérgio Guerra é pernambucano, morou no Rio e em São Paulo, radicou-seemSalvadore hojevive mais da metade do ano em Luanda. Fotógrafo, publicitário e produtor cultural, ele descobriu a capital de Angolaem1999, quando chamado a desenvolver projetos para o governo do país. Desde então, conheceu as diferentes populações que compõem o povo angolano, entre elas, os hereros, concentrados na região sudoeste.
Guerra lança Hereros – Angola, luxuoso livro de fotos que apresenta o grupo.
Nas numerosas viagens que fez à África na última década, ele percorreu 18 províncias. Nelas, retratou as belezas naturais, a força das tradições e também os efeitos dos conflitos civis. Em Hereros, livro bilíngue que lança por sua editora, a Maianga, com um CD de cânticos locais encartado, estão fotos feitas durante 60 dias de convivência intensa com essa população, em 2009. Paisagens deslumbrantes, rituais, tarefas do dia a dia, além de muitos retratos, aparecem junto a relatos dos hereros sobre seus costumes, como a poligamia, o coletivismo e o seminomadismo.
Presentes também nos vizinhos Namíbia e Botsuana, num total de 240 mil pessoas, os hereros teriam chegado a Angola entre os séculos 12 e 15. Quando os avistou pela primeira vez, Guerra ficou muito impressionado, não só pelo seu visual colorido, mas também pelo fato de estar diante de uma gente da qual os próprios angolanos sabem pouco.
Os hereros não falam português, a língua nacional de Angola. A comunicação era mediada por um intérprete. Eles já foram mais isolados – hoje, segundo Guerra, com o contato maior com a sociedade dita moderna, os adultos já consomem bebidas alcoólicas e as crianças frequentam escolas.
Paixão. Fotógrafo diletante e produtor de artistas brasileiros (Elza Soares, José Miguel Wisnik, Jussara Silveira, Lan Lan) e angolanos (Paulo Flores, Carlitos Vieira Dias),Guerra voltou a fotografar mais regularmente em Angola. É apaixonado pelo país. “Eu acho que as pessoas que vêm e não conseguem se adaptar em Angola querem encontrar as mesmas referências que têm no Brasil. Não adianta chegar e ficar entre brasileiros, assistindo à Globo Internacional”, disse, referindo-se à grande colônia brasileira em Luanda, formada por expatriados que trabalham em empresas como Odebrecht e Petrobrás.
Autor de outros quatro livros de fotos de Angola, Guerra coordena a área de comunicação institucional do governo do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. No ano passado, quando da realização dos ensaios com os hereros, começou a gravar um documentário sobre eles, que pretende lançar no ano que vem, e também uma série de programas televisivos, ainda a ser comercializada. Durante seis anos, ele já havia realizado o programa semanal de TV Nação Coragem. Por intermédio dele, ajudou famílias separadas pela guerra civil a se refazerem. Mais de cem reencontros foram exibidos, emocionando todo o país.
DESTAQUES HEREROS,UMA CULTURAQUE RESISTE
Liberdade.
Desde pequenas, as crianças são incentivadas a ser independentes. E muito cedo vão para o pasto, dormir fora. E não existe a relação de posses.
OS ANGOLANOS POUCO SABEM SOBRE ESSE POVO DE VISUAL COLORIDO
Ritual.
Para proteger a pele, que fica com um tom vermelho, os hereros usam uma espécie de manteiga misturada com raspas de uma pedra rica em óxido de ferro.
Costume.
Pastores polígamos e seminômades formam etnia (que deve ter chegado entre os séculos 12 e 15) com 240 mil pessoas, que criam gado e desprezam peixe.
“Eles não se submeteram à escravidão portuguesa e se opuseram à tentativa de dominação alemã.”
SÉRGIO GUERRA
Retrato.
Fotógrafo e publicitário, Sérgio Guerra tem 49 anos e há 12 mora e trabalha em Angola, onde atua na área de comunicação do governo.
SÉRGIO GUERRA/DIVULGAÇÃO HEREROS – ANGOLA
Autor: Sérgio Guerra. Editora: Maianga (260 páginas, R$ 190).

O Túnel submarino Xiangan

Veículos trafegam pelo túnel submarino Xiangan, em Xiamen, Fujian, na China. As velocidades são em milhas.
Vehicles travel at the Xiangan undersea highway tunnel in Xiamen, Fujian province, April 26, 2010. Speeds in miles.

The Bloop

O que terá criado este estranho som no Oceano Pacífico da Terra?
A imagem mostra a representação visual de uma alto e incomum som, chamado um Bloop, captado por microfones colocados nas profundezas do oceano, em 1997.
No gráfico, o tempo é mostrado no eixo horizontal, o tom profundo no eixo vertical, e o brilho designa o volume sonoro. Embora Blooops sejam alguns dos sons mais altos de todos os tipos já gravados nos oceanos, sua origem é ainda desconhecida.
O som do Bloop foi detectado ocorrendo várias vezes ao largo da costa sul da América do Sul, e foi possível ouvi-lo à distância de 5.000 quilômetros.
Embora o som guarde semelhanças com alguns vocalizados por organismos vivos, nem memo uma baleia azul é grande o suficiente para grunhir tão alto.
Os sons levam à intrigante hipótese de formas de vida ainda maiores habitarem as escuras profundezas inexploradas dos oceanos da Terra. Uma possibilidade menos imaginativa seria que os sons resultem do nascimento de icebergs.
Nenhum outro Bloop foi ouvido desde1997, embora outros sons altos e inexplicados tenham sido gravados.
What created this strange sound in Earth's Pacific Ocean?
Pictured above is a visual representation of a loud and unusual sound, dubbed a Bloop, captured by deep sea microphones in 1997. In the above graph, time is shown on the horizontal axis, deep pitch is shown on the vertical axis, and brightness designates loudness.
Although
Bloops are some of the loudest sounds of any type ever recorded in Earth's oceans, their origin remains unknown.
The Bloop sound was placed as occurring several times off the southern coast of South America and was audible 5,000 kilometers away. Although the sound has similarities to those vocalized by living organisms, not even a blue whale is large enough to croon this loud.
The sounds point to the intriguing hypothesis that even larger life forms lurk in the unexplored darkness of Earth's deep oceans. A less imagination-inspiring possibility, however, is that the sounds resulted from some sort of iceberg calving.
No further
Bloops have been heard since 1997, although other loud and unexplained sounds have been recorded.

Rastro / Track

E-ELT

Uma visão da Via Láctea sobre a montanha Armazones, no Deserto Atacama, no Chile, onde o Observatório Europeu do Sul escolheu instalar o E-ELT (European Extremely Large Telescope).
Em português, traduz-se por Telescópio Europeu Extremamente Grande.
A view of the Milky Way over Armazones mountain in the Atacama desert, Chile, where the European Southern Observatory has chosen to install the E-ELT (European Extremely Large Telescope).

Operação Evidência

OPERAÇÃO EVIDÊNCIA COMBATE FRAUDES MILIONÁRIAS NA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Polícia Federal em São Paulo desencadeia na data de hoje, 27, a Operação Evidência (HIPÓCRATES SP), resultado do trabalho da Força-Tarefa Previdenciária no Estado de São Paulo, composta pela Polícia Federal, Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal, para desbaratar uma organização criminosa atuando na Grande São Paulo, dedicada à intermediação fraudulenta de benefícios previdenciários de auxílio doença.
Participam da Operação Evidência, 104 policiais federais e 2 servidores do Previdência Social, para cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de São Paulo (capital), Guarulhos, Planalto/SP, Mogi das Cruzes/SP e Bertioga/SP.
Também serão cumpridas ordens de bloqueio de contas bancárias, seqüestro de veículos automotores utilizados pelo grupo criminoso e suspensão de benefícios previdenciários fraudulentos.
Como funcionava a organização:Intermediadores de benefícios previdenciários espalhados pela grande São Paulo estabeleceram uma rede de contatos pela qual trocavam entre si dados de “clientes” interessados na obtenção fraudulenta do benefício de auxílio doença. Tais clientes são pessoas que não conseguem obter, pelas vias normais, o referido benefício, haja vista não preencherem os requisitos estabelecidos em lei.
Tais dados (números de identificação do trabalhador e números de benefícios previdenciários), trocados via SMS, desembocavam no telefone celular de um servidor da Agência da Previdência Social de Guarulhos. Este, utilizando-se de senhas apropriadas indevidamente dos médicos peritos lotados naquela unidade da Previdência Social, ingressava nos sistemas informatizados e concedia/prorrogava os benefícios para os “clientes” da quadrilha.
Prejuízos aos cofres públicos e valores cobrados:Apenas numa amostragem de 45 dias, constatou-se que o servidor corrupto concedeu fraudulentamente cerca de 300 benefícios de auxílio doença, causando um prejuízo aos cofres públicos que supera a cifra de 9 milhões de reais. Há notícia de que a quadrilha esteja atuando há pelo menos um ano.
Por cada benefício fraudulentamente concedido, a quadrilha cobrava cerca de R$ 4.500,00, dos quais R$ 3.000,00 eram destinados ao servidor da Previdência Social.
Patrimônio obtido indevidamente:Em decorrência disso, acumulou um patrimônio completamente desproporcional aos seus rendimentos de Técnico do Seguro Social (salário mensal bruto de R$ 3.500,00).
Em junho de 2009 começou a aplicar o dinheiro auferido em decorrência do crime numa empresa de colheita e transporte de cana de açúcar, situada no interior de São Paulo, na qual sua secretária figura como sócia majoritária (“laranja”).
Atualmente possui em seu nome, em nome de sua empresa e em nome de sua esposa diversos caminhões, reboques, colheitadeiras, tratores, motos, uma F 250 – modelo 2010, diversos veículos, imóveis, apartamentos, terrenos e até um Jet Ski.
Nome da operação:O nome “Evidência” é uma alusão a grande quantidade de vestígios deixados pelos integrantes da quadrilha no decorrer de suas condutas delituosas, bem como retrata a continuidade dos trabalhos desenvolvidos por esta Força Tarefa Previdenciária no combate ao crime organizado por meio das Operações Providência, Vidência e agora Evidência.

Sagittarius e Corona Australis

Uma imagem do WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer, ou Explorador de Pesquisas de Campo Amplo em Infravermelho) da NASA, mostra uma região do céu na fronteira com as constelações do Sagitário e Corona Australis.
A fina nebulosa estendendo-se do topo à parte de baixo dessa imagem é uma região de formação de estrelas próxima que foi chamada o Aglomerado Coronet.
Está localizada a uns 420 anos-luz da Terra, estendendo-se por cerca de 10 anos-luz de diâmetro.
Logo à esquerda do centro há um muito diferente tipo de aglomerado estelar. O NGC 6723 é uma aglomerado estelar globular situado a uns 29.000 anos-luz distante da Terra, e estende-se por cerca de 65 anos-luz em tamanho.
An image from NASA's WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) of an area of the sky on the border of the constellations Sagittarius and Corona Australis.
The wispy nebula running top to bottom of this image is a nearby star forming region which has been called the Coronet Cluster.
It is located some 420 light-years from Earth, and stretches about 10 light-years across. Just to the left of center is a very different kind of star cluster.
NGC 6723 is a globular star cluster located some 29,000 light-years away from Earth, and spans about 65 light-years in size.

Sacripantas, velhacos e chupistas

Arnaldo Jabor
O canalha é a base da nacionalidade. Ele é a pasta essencial de tudo que rola na política. Ele faz a história paralítica do Brasil, ele tem a grandeza da vista curta, o encanto dos interesses mesquinhos, a sabedoria das toupeiras, dos porcos e dos roedores.
Como todo governo, Lula precisou de alianças, mas, com a ética "revolucionária" do PT, exagerou na dose. Assim, nasceu o recente canalha de fronte alta, o canalha aliado, homenageado como homem "incomum".
Antes, os canalhas se escondiam pelos cantos... Hoje, desfilam orgulhosos no Congresso e ministérios.
Assim, Lula nos ensinou muito sobre o Brasil. Ele fez surgir um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, nos últimos anos. Que riqueza para nossa consciência política! Que prodigiosa fartura de novidades sórdidas, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, várzeas e flores. Toda semana temos um novo escândalo... Tivemos, claro, a superprodução do mensalão, depois o show de meias e cuecas em Brasília, temos agora os 10 picaretas do Paraná, sem contar os impunes e os esquecidos... Meu Deus, são tantos... sanguessugas, vampiros, aloprados, tantos...
Agora já conhecemos a secular engrenagem latrinária que funciona embaixo dos esgotos, dos encanamentos, das ilusões de cientistas políticos, já vemos os intestinos da política, os súbitos aumentos de patrimônio, as declarações de renda dos corruptos, os carrões, os iates, as piscinas em forma de vaginas, as surubas lobistas no Lago Sul, já vemos as suas caras de furões, de cangurus, de tamanduás, vemos a sujidade, a porquidão, a esterqueira viajando diante dos olhos nacionais. Ouvimos os clamores de "calúnias, injúrias e difamações", as indenizações pretendidas, e a euforia guerreira de advogados chicaneiros, as promessas a Jesus para proteger os salteadores, vemos as mandingas, os despachos, as galinhas mortas na encruzilhada, vemos o desespero das esposas traídas, corneadas e gestantes, denunciando, por vingança, os maridos ladrões, vemos as relações sexuais rareando em Brasília e a súbita angústia nos bares políticos, o uísque caindo mal, as barrigas murmurantes, as diarreias, as prisões de ventre, as flatulências fétidas, os vômitos de medo da polícia, tudo compondo o grande painel barroco da suja politicagem.
A "canalhalogia" é uma ciência nova. Sem estudá-la não se entende o Brasil de hoje. Ela não é desvio; é a norma. O canalha tem 400 anos: avô ladrão, bisavô negreiro e tataravô degredado. O canalha criou o Sistema brasileiro que, em troca, recria-o persistentemente: suas jogadas, seus meneios foram construindo um emaranhado de instituições que dependem da mentira. Quando o Jefferson e o Durval Barbosa abriram a boca foi um choque de realidade. Quando a verdade aparece sempre há uma catástrofe. Aí, jorra um show de mentiras ofendidas, um chorrilho de "nãos" e de "negos": "Minha honra", "aleivosias contra mim", "Deus é testemunha..." ? ladrões sob o manto do candor, da pudicícia. A mentira é necessária para manter as instituições funcionando.
Estamos cercados de "pichelingues" por todos os lados - (resolvi usar sinônimos de "canalha" para não repetir o grasnar desta feia palavra). Onde bate uma CPI, lá estão os quadrilheiros nos contemplando do fundo de arquivos, de dentro de cumbucas, se reproduzindo como bactérias. Há um orgulho perverso no cara de pau, no "mofatrão". No imaginário brasileiro colonial, ele tem algo de aventureiro heroico. O larápio conhece o delicioso "frisson" de saber-se olhado nos restaurantes e bordéis. Homens e mulheres veem-no com gula: "Olha, lá vai o maravilhoso vigarista sem vergonha...!" ? sussurram fascinados e fascinadas por seu cinismo sorridente. O esbulhador não se culpa; sempre tem uma razão que o absolve e justifica: uma velha vingança, um antigo castigo, uma humilhação infantil. O "chupa-sangue" tem o orgulho de suportar a culpa, anestesiá-la ? suprema inveja dos neuróticos. Ele pode roubar verbas de cancerosos e chegar em casa feliz, ao ver os filhos assistindo desenho na TV. Muitos são bons pais ? pensam no futuro da família.
Gatunos e bifadores fascinam também executivos honestos porque, por mais que eles se esforcem, competentes, dedicados, sempre estarão carentes de um patrão ingrato. O trambiqueiro, não; ele pega e come, ele não espera recompensas, só ele se premia. Ele tem o infinito prazer do plano de ataque, o orgasmo na falcatrua, a delícia da adrenalina na apropriação indébita.
O canalha não é o malandro ? não confundir. O malandro é romântico, boa-praça, o canalha é minimalista, seco. O malandro tem bom coração. O canalha não sofre. O canalha tem enfarte; o honesto tem úlcera.
Exterminá-los é impossível. Os sacripantas, os velhacos renascerão com outros nomes, inventando novas formas de roubar o País. Os "marraxos" são infinitos; temos de destruir suas covas e currais. Enquanto houver 20 mil cargos de confiança no País, haverá rapinantes e embusteiros; enquanto houver estatais controladas por sindicatos, fundos de pensão expostos ao roubo, haverá alfaneques e flibusteiros, enquanto houver subsídios a fundo perdido tipo Sudam ou Sudene, haverá chupistas.
E, por ironia, os ladravazes são nosso perigo e nossa esperança. Os pelego-bolchevistas que lutam para ficar no poder, os consideram meros degraus para a "revolução", um mal necessário para basear o retrocesso estatizante, o "chavismo cordial" que querem trazer por aí. Um perigo. Por outro lado, é tanta a sordidez dos aliados de base, que sua "malemolência" malandra vai minar qualquer tentativa de controle excessivo de "comissários do povo" sobre a sociedade, nesse subperonismo que querem criar se chegarem ao poder de novo. A que ponto chegamos: os canalhas são também uma ridícula esperança democrática.

Xiang'an tunnel

Em Xiamen, China, o novo, recém-inaugurado tunel Xiang'an, cruzando portos, é a maior seção de túnel do mundo, ligando a ilha ao continente, a China.
Xiamen, China: The newly opened Xiang'an cross-harbour tunnel, the world's largest section of tunnel, which links the island with mainland China.