Veja o vídeo. Agora, pense.Nada mais ilustrativo do conceito de entropia - que proibiria a volta no tempo - do que uma explosão. Seu inverso seria uma implosão, que a mídia em geral teimar em chamar assim aquelas explosões que são, na verdade, controladas - de prédio, pontes, etc.
Mas tudo bem, vamos dizer: pela entropia, seria impossível algo "desexplodir". Perfeitamente, ou em outras palavras, fazer a energia de uma explosão atuar em sentido inverso, agregador, ao invés de desagregador.
Pois bem, e o que é um buraco negro, se não um gigantesco agregador, tão forte que, nele, o tempo literalmente estanca. A maioria sabe que dos buracos negros, nem a luz consegue escapar, daí o nome.
E luz nada mais é que energia. Energia eletromagnética. Desde a eletricidade na tomada da sua casa, na frequência de 50/60 Hertz, até o ultravioleta, os raios-X e a radiação gama, que chega a 10 elevado à 24ª potência Hz.
Pois se a concentração de matéria nos buracos negros chega a tal ponto que impede a energia (que equivale a a matéria) de escapar, então o tempo para.
Ora, mas estancar o tempo já é uma grande façanha! A empreitada seguinte, todavia, é mais difícil ainda: zerada a entropia, porquanto um buraco negro seria a mais perfeita ilustração de ordem, seria possível torná-la negativa? Um entropia negativa seria equivalente ao tempo retroceder, mas o zero absoluto também é o mínimo de entropia possível, até onde se sabe.
Embora da mesma forma que não se consegue baixar a temperatura de um corpo aquém de -273,15ºC, chegando à entropia zero, um buraco negro represente o mínimo de entropia possível, sua massa não deve ter um limite. Falam em buracos negros supermassivos, então, os há não tão massivos, porém potentes o suficiente para frear a luz - e o tempo.
Mas, como disse o amigo Jairo, que de física sabe muitíssimo mais que eu, no zero absoluto, os elétrons continuam se movendo em suas órbitas, não param. E a energia que forma os quarks está lá, nos prótons e nêutrons, claro.
Assim, tanto quanto o zero absoluto não seja talvez tão absoluto assim, os buracos negros, me parece, sempre podem ser mais e mais massivos.
Entre esses dois absolutos meio relativos, quem sabe, resida o mistério da flecha do tempo...
Minhas desculpas se eu tiver escrito aqui algum besteirol, afinal, não sou físico, mas apenas um curioso sobre o tema.
Luiz:
ResponderExcluirNa verdade, existe muita especulação sobre o que aconteceria em um buraco negro. A respeito do zero absoluto, tem uma matéria muito interessante que li na New Scientist, uma fonte confiável, a despeito de tanta coisa suspeita que a gente encontra na web. Achei que você também gostaria de ler. Então aí vai o link de atalho. lerhttp://www.newscientist.com/article/dn18541-what-happens-at-absolute-zero.html
Jairo, obrigado pela dica, vou ler, sim.É curioso como a matéria se comporta em temperaturas (ou estados de energia) extremos.
ResponderExcluirA supercondutividade a baixíssimas temperaturas significa que um material, quanto menos energia contiver, mais fácil deixará que que ela flua através dele.
Curioso, isso. E tem um detalhe: se um material estiver em movimento, terá energia cinética, mesmo que hipoteticamente no zero absoluto, e aí, talvez, o zero não seja mais zero...
Já o outro extremo, o plasma, desmancha a matéria. Haveria um limite superior, acima da energia emitida por uma supernova, das grandonas?
E para a concentração de matéria, nos buracos negros?
Tudo isso é misteriosamente fascinante.
Conforme for (no tocante aos termos técnicos) eu traduzo o link e faço uma postagem, muito obrigado, um abraço.