A britânica BAE concordou hoje em pagar quase 300 milhões de libras esterlinas de multas ao finalmente admitir sua culpa pela má conduta praticada mundialmente, após uma longa investigação do jornal The Guardian.
Durante 20 anos, a firma negou quaisquer malfeitorias, apesar do acúmulo de evidências de alegadas propinas e comissões, muitas delas descobertas pelo Guardian.
Mas a BAE disse que declararia culpada das acusações de fraude contábil e declarações enganosas, em declarações de acordos simultâneos com o Departamento de Fraudes Graves (SOF), no Reino Unido, e o Departamento de Justiça, em Washington, DC, EUA.
As assunções de culpa nos EUA incluem a enorme negociação da BAE no valor de 43 bilhões de libras para venda do caça al-Yamamah à Arábia Saudita, e negócios menores na República Checa e outros locais da Europa Central.
Na Inglaterra, as admissões incluem uma controversa venda de um radar militar à paupérrima Tanzânia, que o secretário de Desenvolvimento Clare Short dissera à época "fedia" a corrupção, mas que o gabinete do então premiê Tony Blair se encarregou de forçar.
O SOF disse que parte do 30 milhões em multas que a BAE pagaria ao Reino Unido seria um pagamento "ex gratia" (sem obrigação legal) em benefício do povo da Tanzânia".
Outros US$400 milhões seriam pagos a título de multas às autoridades americanas.
A BAE não irá figurar numa lista negra internacional que a excluiria de futuros contratos porque admitiu apenas fraude contábil, mas não pagamento de propina...
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