O WISE, da NASA se apronta para vasculhar todo o céu
O Wide-field Infrared Survey Explorer (Explorador de Campo Amplo de Pesquisas em Infravermelho) da NASA, ou Wise, está resfriado, prontinho para ir à rampa de lançamento.
A mais nova espaçonave-sonda da NASA está programada para ser levada à rampa de lançamento Sexta, 20 de Novembro, sua última parada antes do lançamento ao espaço para pesquisar todo o céu em luz infravermelha.
O Wise será lançado não antes das 6:09 da manhã, horário do Pacífico, em 9 de Dezembro, da Base Vandenberg da Força Aérea, na Califórnia.
Ele irá circundar a Terra sobre os polos, varrendo todo o céu uma vez e meia em nove meses. A missão irá revelar objetos cósmicos ocultos, inclusive as mais frias estrelas, asteróides escuros e as mais luminosas galáxias.
"Os olhos do Wise são um enorme avanço em relação àqueles com se fizeram pesquisas em infravermelho no passado", disse Edward "Ned" Wright, o principal pesquisador da missão na Universidade da Califórnia - UCLA. "Nós encontraremos milhões de objetos nunca antes vistos."
A missão irá mapear todo o céu em quatro comprimentos de onda infravermelha com sensitibilidade centena de centenas de milhares de vezes maior que a de seus antecessores, catalogando centenas de milhões de objetos.
Os dados servirão como cartas de navegation para outras missões, indicando-lhes os alvos mais interessantes.Os telescópios espaciais da NASA Hubble e Spitzer, O Observatório Espacial Herschel da Agência Europeia Espacial, e os vindouros novos telescópios espaciais da NASA Sofia e James Webb irão dar seguimento às descobertas do Wise. "Esta é uma época emocionante para os telescópios espaciais," disse Jon Morse, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA, em sua sede em Washington.
"Vários dos telescópios operarão em conjunto, cada qual contribuindo com diferentes peças do mais intrigante quebra-cabeça do universo".
A luz visível é apenas uma fatia do arco-íris eletromagnético do universo. A luz infravermelha, que o olho humano não enxerga, tem comprimentos de onda mais longos, boa para ver objetos frios, empoeirados, ou muito distantes.
Em nosso sistema solar, o Wise deverá encontrar centenas de milhares de asteróides frios, inclusive centenas que passam relativamente perto do trajeto da Terra. As medições em infravermelho do Wise proporcionarão melhores estimativas dos tamanhos e composição dos asteróides - informações importantes para maior compreensão acerca de impactos danosos contra a Terra.
"Com o infravermelho, poderemos encontrar os asteróides escuros que outras pesquisas não conseguiram e saber mais a respeito de toda a população desses objetos. Serão eles na maioria grandes, pequenos, duros, maleáveis? diz Peter Eisenhardt, cientista do projeto Wise no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia.
O Wise também encontrará a mais fria das estrelas "falidas", ou anãs marrons. Cientistas especulam ser possível que uma estrela fria se esgueire bem debaixo de nossos narizes, mais perto de nós do que nossa mais próxima estrela conhecida, Proxima Centauri, a quatro anos-luz de distância. Se assim for, o Wise captará seu brilho com facilidade.
A missão também identificará ninhos poeirentos de estrelas e discos giratórios de formação de planetas, e poderá encontrar a mais luminosa galáxia do universo. Para sentir o brilho infravermelho de estrelas e galáxias, a sonda Wise não poderá emitir nenhuma luz infravermelha própria, isto é, calor. Isso é feito com o resfriamento do telescópio e detectores de temperaturas ultra baixas.
O mais frio detector do Wise irá operar abaixo de 8 graus Kelvin, ou menos 445 graus Fahrenheit, ou, ainda, menos 265ºC. "O Wise está resfriado," disse William Irace, gerente de projectos do JPL. "Acabamos de resfriar o o hidrogênio que enche dois tanques circundantes ao intrumento científico. Estamos prontos para explorar o universo em infravermelho."
O Wide-field Infrared Survey Explorer, ou WISE, irá descobrir várias estrelas "falidas", ou anãs marrons, em luz infravermelha. Este diagrama mostra uma anã marrom em relação à Terra, Júpiter, uma estrela de baixa massa, e o Sol.
Estrelas com menos massa que o Sol são menores e mais frias, e portanto muito mais tênues na luz visível. Anãs marrons são as menores e mais frias estrelas. Têm menos de oito por cento da massa do Sol, o que não é suficiente para sustentar a reação de fusão nuclear que mantém o Sol aquecido.
Estes corpos celestes frios são quase impossíveis de ver sob a luz visível, mas sobressaem quando observados em infravermelho. Seus diâmetros são equivalentes ao de Júpiter, mas eles podem ter até 80 vezes mais massa e acredita-se que tenham sistemas planetários próprios.
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