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sábado, 10 de outubro de 2009

LCROSS impact

Esta imagem em infravermelho intermediário foi feita nos últimos minutos da missão LCROSS à Lua.
A pequena mancha branca (aumentada nos detalhes) vista aqui em meio à sombra escura das paredes da cratera lunar é o flash inicial criado pelo impacto do estágio superior de um foguete Centauro.
Movendo-se a 1,5 milha por segundo, o foguete Centauro atingiu a superfície lunar ontem às 4H31 GMT, seguido, poucos minutos depois, da espaçonave LCROSS.
Observatórios em Terra relataram ter capturado ambos os impactos. Mas, antes de chocar-se contra a superfície lunar, os instrumentos da LCROSS puderam registrar detalhes bem de perto do impacto do estágio do foguete, da cratera resultante, e da nuvem de detritos.
Nas próximas semanas, dados de desafiadora missão serão utilizados para procurar por sinais de água no material lunar arrancado da superfície.
This mid-infrared image was taken in the last minutes of the LCROSS flight mission to the Moon. The small white spot (enlarged in the insets) seen within the dark shadow of lunar crater walls is the initial flash created by the impact of a spent Centaur upper stage rocket. Traveling at 1.5 miles per second, the Centaur rocket hit the lunar surface yesterday at 4:31am UT, followed a few minutes later by the shepherding LCROSS spacecraft.
Earthbound observatories have reported capturing both impacts. But before crashing into the lunar surface itself, the LCROSS spacecraft's instrumentation successfully recorded close-up the details of the rocket stage impact, the resulting crater, and debris cloud. In the coming weeks, data from the challenging mission will be used to search for signs of water in the lunar material blasted from the surface.

7 comentários:

  1. Estou seguindo o twitter do telescópio Hubble, e de acordo com ele, o telescópio não viu nada, após o impacto da LCROSS na lua que pudesse indicar a presença de água, no entanto, eles informam que os dados ainda serão examinados com mais detalhes. Não sei não, Luiz, mas na minha opinião acho que lá, a porcentagem de água deve ser pequena, o que talvez impossibilite o aproveitamento nas missões futuras. Tomara que eu esteja enganado.
    PS: As suas atualizações sobre dados recentes, em português, sobre astronáutica e astronomia estão ganhando de muitos outros sites especializados no assunto. Mais uma vez devo parabenizá-lo.

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  2. Jairo, obrigado, tem a ver também com seus comentários, informações e correções oportunos, que tantas vezes ajudam a informar melhor a todos.

    Naquela escuridão lunar, eles usaram um infravermelho intermediário, o que sempre me faz lembrar do nome do seu blog, que, por sua vez, me trouxe um lembrança curiosa:

    Sabe de uma coisa interessante?

    Antigamente, quando se usava filme fotográfico (nem faz tanto tempo assim), mas lá pelos anos 70, meu pai tirava fotos com um filme infravermelho da Kodak, e eu achava aquilo muito estranho, mas só me recordo dos negativos, não sei se cheguei a ver uma foto em papel, ou se os filmes eram do tipo para slide.

    A essa altura da vida, me ocorre a pergunta: o que um homem que não era cientista, apenas gostava de fotos, fazia com aquelas infrared da Kodak? Vou perguntar a ele.

    Hoje, sei das maravilhas dessa frequência na ciência, mas ainda não faço ideia do uso que ele fazia daquelas fotos, que, em geral, eram de plantas, árvores.

    Mas, se houver água na Lua, pouca, como você, com razão, acredita, captá-la do fundo daquelas crateras e, quem sabe, descontaminá-la de alguma substância,é uma tarefa complicada, cara.

    A propósito, veja no blogue a postagem sobre o sistema que eólico que retira umidade do ar e transforma em água potável.É genial. Um abraço.

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  3. Ah, exatamente, descobri: o filme infrared da kodak servia justamente para tirar fotos com pouca luminosidade. Mas a revelação era feita no exterior, demorava uma eternidade, e era caro.

    Jairo, a luz desde os 50 Hz até os tantos Ghz, ou mais, até a radiação gama, é coisa mais maravilhosa da física. O desvio para o vermelho, o efeito Doppler, a inacreditável limitação da velocidade da Luz.

    É tudo tão lindo, e percebo que tanta gente passa a vida toda sem saber disso...

    Eu mesmo vim a me interessar por essas coisas muito depois, e quando percebi a beleza do eletromagnetismo, me apaixonei pela questão, que pode ser explicada às crianças através do exemplo do arco-íris, da decomposição das frequências.

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  4. Luiz: Seria impossível relacionar em poucas linhas, as inúmeras aplicações dos infravermelhos, mas acho que a mais conhecida é justamente esta possibilidade de obtenção das chamadas “imagens térmicas”, e acredito que no caso de seu pai, obter detalhes que não poderiam ser captados pelos olhos, em ambientes escuros. Acredito que ele teve o privilégio de ver imagens compensadoras, que poucos teriam oportunidade de ter acesso na época, e noto que, com exemplos como este, ele despertou o seu interesse em enxergar as coisas além do modo como elas aparentemente se apresentam a nós. Mesmo não sendo cientista, a curiosidade dele em obter fotos “diferentes” se assemelha muito a uma investigação científica. Aliás, também penso como você, que as pessoas, principalmente os jovens, deveriam se interessar mais em enxergar o mundo com esses olhos. O que tenho notado na minha profissão é que felizmente eles existem, mas é uma minoria. Outro dia perguntei a uma aluna se ela sabia como funcionava o processo de aquecimento de um forno microondas, e ela respondeu, claro, em tom de brincadeira, que era só digitar as teclas colocando o tempo e ligar. Eu também dei risada, mas em seguida expliquei o conceito físico envolvido, e acho que eles gostaram.

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  5. A definição clássica para temperatura, encontrada em livros didáticos de Física, e a que também uso pra ensinar meus alunos é:
    “Temperatura de um corpo é a medida do grau de agitação térmica de suas moléculas ou átomos”.
    Mas veja que intrigante: A definição do zero absoluto (zero Kelvin) é aquela temperatura em que as moléculas do corpo teoricamente “parariam”, e assim, não haveria nenhuma agitação, portanto, como você bem colocou em um post no seu blog, qualquer objeto, acima da temperatura de zero Kelvin (-273°C) emitiria radiação infravermelha. Mas agora raciocine comigo: No caso da água, por exemplo. Podemos abaixar a temperatura até que suas moléculas adquiram pouquíssima agitação, quase nenhuma, mas como se sabe, há elétrons girando em volta do núcleo de cada átomo de hidrogênio e oxigênio, e isto não deixa de ser uma “agitação”, certo? Então como fazer para zerar esta agitação? Inviável, pois se os elétrons parassem de girar, não haveria a caracterização da molécula H2O.
    Todas estas colocações, se aprofundadas através da física quântica podem sofrer obviamente outras interpretações que diferenciem ou até mesmo invalidem algumas dessas conclusões a que cheguei acima, mas estas que coloquei estão, digamos assim, a um nível acessível de compreensão. Como você bem sabe, o terreno da física quântica não é suave, e exige muita abstração, pois alguns conceitos se tornam muito difíceis de serem entendidos, sem um grande esforço de imaginação. Vez ou outra acabam se transformando em fórmulas muito complexas, acessíveis a poucos privilegiados, e que de certa forma nos frustram um pouco, por não conseguirmos interpretá-las. Como não sou físico, e sim professor de física, muitas vezes também não consigo abstrair satisfatoriamente alguns conceitos da física de partículas. Algum tempo atrás até li um livro chamado O TAO DA FÍSICA de Frijof Capra, em que ele faz um paralelo entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental, para tentar explicar que nós, ocidentais, muito influenciados pela visão mecanicista grega, estaríamos à procura pela menor partícula que compõe a matéria, através de uma busca inglória e equivocada. Segundo ele, pelo que entendi, já estaríamos procurando pelo improcurável. Achei interessante a visão dele, mas a comunidade científica não encarou com bons olhos as ideias de Capra. É que o que moveu até os dias de hoje o avanço da ciência, foi justamente essa insatisfação em explicar os fenômenos e padrões da Natureza através de modelos influenciados por dogmas religiosos ou visões místicas. Mas de vez em quando penso que estamos atingindo uma fronteira intransponível, pelo menos ainda dentro de um certo grau satisfatório de compreensão humana. Stephen Hawking, por exemplo, apostou que o bóson de Higgs (a partícula de Deus) não será encontrado no LHC. E olha que estamos falando de um dos maiores físicos, senão o maior da atualidade. É quase paradoxal, se fizermos uma leitura instantânea desta aposta de Hawking.
    Abraço.

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  6. Jairo,

    Realmente, a física quântica deixou Einstein de cabelos em pé, com a famosa expressão "Deus não joga dados". E outra, título de uma biografia dele "Sutil é o Senhor, mas malicioso ele não é."

    Ontem, depois de escrever aqui nesse proveitoso diálogo com você, eu pensava: O zero Absoluto é o correspondente da matéria ao limite da energia, a velocidade da Luz. Mas, por um raciocínio que eu fiz, e não sei se correto, comparando a matéria no Zero à velocidade da Luz, em ambos os casos, o tempo "pararia" (No caso do fóton, Marcelo Gleiser diz isso, que o tempo para) Bom, mas a matéria congelada, como você lembrou, terá sempre os elétrons em movimento, porque essa é a definição do átomo.

    Quando a física entra na Teoria da Cordas/Supercordas, a coisa se complica demais, eu bem que tentei, mas não entendi nada daquelas 11 dimensões, não dá.

    Aí, vem o imponderável que influencia tanto nossos destinos. Meu pai já me falou "n" vezes sobre O TAO DA FÍSICA de Frijof Capra, e eu nunca sequer procurei o livro. Agora, você falando nele, me reforça que é algo que devo ler.

    Uma coisa positiva: meu filho de 12está estudando cîências para a prova, e me perguntou o significado de simetria, que aprendi, aplicado à natureza, no maravilhoso livro "O despertar na Via Láctea", fora de catálogo, mas encontrável em sebos. Vale a pena ler.http://www.estantevirtual.com.br/Timothy-Ferris-O-Despertar-na-Via-Lactea-24842184.html

    Ali, o autor fala das descobertas e erros desde o tempo dos gregos, mostra a simetria nas plantas, fala da maravilhosa sequência de Fibonacci, e lembra que as leis da física são todas simétricas.

    Tudo numa narrativa humanista, apaixonante. Sem fórmulas chatas ou raciocínios complexos.

    A opinião de Hawking é valiosa, ele é um Einstein Moderno.

    Finalmente, hoje se comenta que o impacto do LCROSS decepcionou por falhar em produzir a enorme coluna de detritos necessária para provar (ou não) a presença de água:

    "Nasa disappointed as LCROSS fails to produce the large plume of debris needed to prove water exists on lunar surface"

    Um abraço,
    P.S.: O princípio do microondas, aliado à Gaiola de Faraday, eu ensinei pros filhotes aqui.

    Estou certo? Um F. de Micro-ondas é uma Gaiola de Faraday, não?

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  7. Luiz: O forno de microondas é uma gaiola de Faraday,sim. Têm uma experiência simples de se fazer que talvez você já conheça. Coloca um celular dentro de um microondas e tenta ligar pra ele. Em casa deu certo. As ondas elétromagnéticas, assim como qualquer campo elétrico, não conseguem se estabelecer dentro do forno. Essa blindagem eletrostática é feita para impedir que as microondas saiam de dentro do forno, e ao invé disso, se concentrem no interior. A ciência é mesmo repleta de mistérios, mas a beleza dela está justamente na tentativa de tentarmos elucidá-los racionalmente.

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