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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

China's energy hunger / A voracidade energética da China

Muito se fala sobre a "revolução verde" da China, mas em toda parte o que se escuta são conversas sobre contratos multibilionários de fornecimento de gás e petróleo.
As autoridades do país fazem o discurso políticamente correto nos dias que antecedem a cúpula do G-20, este mês, mas estima-se que dos 46,5 bilhões em aquisições de óleo e gás, apenas nos quatro primeiros meses deste ano, as da China representem US$45 bilhões.
Na foto de baixo, poço de petróleo no Mar de Bohai, China. Na de cima, poços de Rumaila, Iraque.
Sua última aquisição esta semana, 61% de participação em dois projetos de extração de óleo das areias betuminosas do Canadá - o mais danoso sistema de obtenção de petróleo para o meio ambiente - por US$ 1,5 bilhão é o mais controvertido.
Já foi publicado aqui no blog um artigo sobre as areias betuminosas, que formam a segunda maior reserva petrolífera mundial, apenas atrás da Arábia Saudita.
É a maior incursão da China a região da América do Norte, tendo se mantido longe das áreas de domínio anglo-americanas no Golfo do México (apesar de rumores a respeito de estar conduzindo testes de perfuração na região de Cuba).
Suas compras em outras regiões do mundo, mais remotas e menos famosas, têm sido pouco notadas e relatadas.
Este ano, companhias estatais e outras parcialmente privatizadas investiram US$ 409 milhões na Verenex Energy, na Líbia (inundada de petróleo), mais US$3 bilhões na Fenix Resources (por suas vastas reservas australianas de carvão), além de US$7,8 bilhões na Addax Petroleum do Iraque e Nigéria, US$ 868 milhões na Emerald Energy, Colômbia, e Síria.
Além disso, a China está desenvolvendo o campo de petróleo de Rumaila, no Iraque, em conjunto com a BPI e está de olho em reservas multibilionárias no Casaquistão, Gana, e Argentina. Há, ainda, um contrato de US$41 bilhões para a compra de Gás Natural Liquefeito (LNG) do campo Gorgon, na Austrália, e um acordo de US$49 bilhões com a Daewoo, que lhe permitirá bombear gás de Mianmar, sob o mar. E deve haver mais.
Isoladamente, estas ações são apenas gotas no oceano de energia fóssil que a China demandará para atender às suas necessidades de rápida industrialização. Mas, no todo, este é um passo largo que poderá transformar as estatais chinesas nos maiores monstros corporativos, deixando para trás até a Shell e a BP.
E esses investimentos não são apenas para colher grandes lucros com óleo, mas uma questão de segurança energética nacional, em um mundo cujas reservas vão se esgotando. Tudo indica que Pequim está muito longe de levar a sério promessas de redução de emissões de carbono.
Ela poderá muito bem implantar o próprio programa nacional para produzir muito mais energia renovável, mas no íntimo desta questão parece estar o medo de que o país não consiga fornecer energia fóssil suficiente para suprir a demanda doméstica.
A posição oficial ainda aparenta ser que, enquanto preocupações ambientais são "uma séria ameaça à humanidade", o já industrializado ocidente, onde a maioria dos produtos feitos na China são consumidos, deve arcar com o ônus das mudanças climáticas através de maiores cortes nas emissões, subsídio ao mundo em desenvolvimento e tecnolgia compartilhada.
Sem dúvida, milhões de turbinas eólicas chinesas, carros elétricos e painéis solares serão fabricados - mas serão destinados ao consumo doméstico ou à exportação? A Suntech, fabricante chinesa de painéis, exporta atualmente 98% da produção.
À parte de qualquer outra consideração, a China é um país tão discreto na prospecção de boas oportunidades de negócios que é preciso encarar com ceticismo a possibilidade de que uma cara cobertura "verde" irá aquecer suas casas e acender as luzes de suas fábricas enquanto alternativas mais sujas, porém baratas, existirem por uma fração do preço.

Everybody talks about China’s "green revolution" at the moment, but everywhere I turn it seems to be gobbling up another multi-billion pound gas contract or oil company.
Officials may be making all the environmentally-correct noises ahead of the G20 summit later this month, but out of an estimated $46.5bn spent on international oil and gas acquisitions in the first four months of this year, China accounted for $45bn.
Lower Picture: An oil rig in China's Bohai sea. Upper: Rumaila oil fields, Iraq.
Its latest purchase this week – a 61pc stake in two Canadian tar sand projects for US$1, 5bn - is one of the most controversial. Environmentalists hate the tar sands because the oil is very hard to extract, creating high carbon dioxide emissions.
But there is certainly an enormous basin of the black stuff in this region of Canada – in fact, the second largest reserve in the world after Saudi Arabia.
It is China’s biggest foray into the North American region, having traditionally steered clear of US and UK dominated areas like the Gulf of Mexico (despite persistent rumours for years that it was conducting drilling tests in partnership with Cuba).
Its shopping spree in obscure parts of the world has been less noticeable. This year, Chinese state and part-privatised companies have spent US$ 7.2bn on Addax Petroleum in Iraq and Nigeria, US$868m on Emerald Energy in Colombia and Syria, and US$409m on Verenex Energy in Libya (all awash with oil), plus US$3bn on Felix Resources (for its vast coal Australian coal reserves).
China is developing the Rumaila oil field in Iraq with BP
It is also reportedly eyeing multi-billion pound assets in Kazakhstan, Ghana and Argentina. Then there is the oil service contract with BP to develop Iraq’s crucial Rumaila field, a US$41bn contract to buy LNG (liquefied natural gas) from Australia’s Gorgon field and US$4.9bn deal with Daewoo, enabling it to pipe gas under the sea from Myanmar.I’m sure there are more that I’ve missed.
Individually, these are all just drops in the fossil fuel ocean that China is going to need to meet the demands of rapid industrialisation. But taken collectively, this is a voracious energy grab that could inflate Chinese state companies into the world’s biggest corporate monsters, lumbering past even BP and Shell.
And these investments are not simply to reap oil-major-size profits, but a matter of national energy security in a world where resources are depleting.
It all adds to the picture that Beijing is far from intending to reduce carbon dioxide emissions. It may well be implementing its own national programme to produce much more renewable energy, but at the heart of this seems to lie a fear that the country will not be able source enough fossil fuels to meet its domestic demand.
The official position still appears to be that while environmental concerns are a “serious challenge to humanity”, the already industrialised West, where most Chinese-made goods are consumed, ought to bear the brunt of climate change costs through greater emission-cuts, subsidies for the developing world and shared technology.
Undoubtedly millions of Chinese wind turbines, electric cars and solar panels will be made – but are these primarily for domestic or international consumption? Suntech, the Chinese solar panel maker, currently exports 98pc of its products.
Apart from anything else, China has become a country so adept at quietly spotting a good business opportunity that I am still sceptical that an expensive new green overcoat will be keeping its households warm and the factory lights switched on any time soon when a dirtier alternative exists at a fraction of the price.

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