Pesquisar conteúdo deste blog

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lula: a prepotência e o imponderável

O presidente Lula da Silva apostou todas as suas fichas na campanha informal da ministra Dilma Roussef, mas deu de cara com o imponderável.
Nem bem anunciada sua candidatura, Marina Silva já está à frente da insossa Dilma, suspeitíssima de ter pressionado a ex-secretária da receita federal, Lina Maria Vieira, em favor do filho do presidente do senado, José Sarney, pai e filho alvos de uma avalanche de acusações.
José Dirceu, o mais importante ex-ministro de Lula, deputado federal cassado em 2005, na pequenez de sua visão de vida e política, disse que Marina poderia perder o mandato de senadora, ao sair do Partido dos Trabalhadores.
Léguas acima da mesquinhez de Dirceu, Marina se disse disposta a abrir mão do mandato, se confirmar a candidatura e mudança para o Partido Verde.
O presidente da República escancarou seu desmedido senso de oportunismo em favor de José Sarney, calculando que iria, com o apoio dele e de todo o PMDB, eleger o "poste" Dilma Roussef.
Para isso, teria lhe encomendado a sórdida tarefa de pressionar a ex-secretária da Receita Federal em benefício do filho do senador.
Decerto enxergando Lina Maria através de suas opacas lentes que só lhe permitem ver o que quer, deparou com alguém que não aceita ingerências políticas. Deu de cara com uma mulher que entrega o cargo, mas não vende a consciência.
Aí, chegou Marina, e Lula, talvez agora, tenha percebido que entrou pelo cano. O Imponderável, o Acaso, este implacável adversário daqueles que têm tudo calculado.
Aos poucos, Lula da Silva vai sendo desmascarado. Quando escrevi aqui no blogue a respeito de sua falsa imagem no exterior, e tentei publicar lá fora um artigo sobre isso, acho que estava certo.
Hoje, noticia-se que a prestigiada revista inglesa The Economist - uma das mais conceituadas do mundo - publicou, além do editorial cobrando Lula "Whose side is Brazil on?" (De que lado o Brasil está?), também uma matéria sobre as relações da América Latina com a China, Irã e outros países , intitulada "The dragon in the backyard" (O dragão no quintal). O editorial vai abaixo, parcialmente reproduzido, e logo abaixo, o link para a reportagem original, em inglês:
"O governo Lula tem demonstrado um enigmático desrespeito pela democracia e pelos direitos humanos fora das fronteiras brasileiras". "O chanceler Celso Amorim argumenta que condenações feitas por países ricos de abusos cometidos por países pobres são tendenciosas e ineficazes. Mas grupos de defesa dos direitos humanos se queixam que, na ONU, o Brasil tem se aliado a países como China e Cuba para proteger regimes abusivos."
Para exemplificar a crítica ao presidente brasileiro, a Economist citou o fato de Lula ter se precipitado e felicitado o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, por sua vitória logo após as eleições presidenciais de junho. Embora haja fortes indícios de fraude, Lula menosprezou os protestos de opositores em Teerã, chamando as manifestações de "choro de perdedor". "Não conheço ninguém, além da oposição, que tenha discordado da eleição no Irã. Por enquanto, é apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos", disse Lula na ocasião.
"Acima de tudo, o Brasil precisa decidir o que realmente defende e quem são seus aliados de fato - ou então arriscar que outros façam essa escolha por ele", disse o editorial da revista, que não poupou também a reação brasileira ao acordo militar entre EUA e Colômbia.
"Apenas os paranoicos interpretam isso como uma ameaça à Venezuela ou à Amazônia. Mesmo assim, o Brasil preferiu expressar preocupação quanto às bases e permanecer em silêncio sobre a compra de armas de Chávez e sobre as evidências de que ele tem repassado armamento para as Farc", disse a Economist.
"A melhor maneira de evitar um conflito na região é não confundir democratas com autocratas e traçar uma linha clara em favor da democracia, sistema que permitiu que um torneiro mecânico chegasse ao poder e mudasse o Brasil."
Whose side is Brazil on? :
http://www.economist.com/opinion/displaystory.cfm?story_id=14214011

The dragon in the backyard: http://www.economist.com/displayStory.cfm?story_id=14209932&source=hptextfeature

Nenhum comentário:

Postar um comentário