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quarta-feira, 6 de maio de 2009

O maior transplante facial / Biggest face transplant

Cinco anos após ter sido alvejada no rosto por seu marido com um tiro de escopeta, Connie Culp recebeu o maior transplante de rosto já efetuado até hoje, que lhe permitiu voltar a sentir aromas e a poder comer alimentos sólidos.
Quando seu marido lhe desferiu o tiro, os projéteis (pela narrativa e pelos danos, terá sido uma escopeta, que dispara uma carga com várias esferas de chumbo) lhe arrancaram o nariz, as bochechas, o céu da boca e um olho.
Centenas de fragmentos de esferas de chumbo e e pedaços de ossos ficaram impregnados em sua face, o que lhe trouxe a necessidade de uma espécie de entubamento, para que pudesse respirar. Somente restaram-lhe as sobrancelhas, testa, lábio inferior e queixo. Os próprios filhos se assustaram quando a viram.
Culp, de Ohio, que apareceu frente às câmeras ontem pela primeira vez, disse que o cirurgião plástico que a viu dois meses após o tiro, Risal Djohan, não estava seguro a respeito do quanto poderia fazer por ela. Foram 30 cirurgias para tentar consertar seu rosto. Médicos retiraram parte de suas coxas para reconstruir os ossos da região das bochechas, e refizeram a mandíbula superior com (parte de) um dos ossos de suas pernas.
Ainda assim, ela não podia comer sólidos, respirar por conta própria, ou sentir aromas. Então, em dezembro, em uma cirurgia de 22 horas, a médica Maria Siemionow chefiou uma equipe médica que restaurou 80% do rosto com ossos, múesculos, nervos, pele e vasos sanguíneos de uma mulher que acabara de morrer. Este foi o quarto transplante facial realizado no mundo, embora os demais não tenham sido tão complexos.
As expressões de Culp ainda estão um pouco prejudicadas, mas ela consegue falar, sorrir, cheirar e sentir o gosto de comida novamente. Sua fala é, às vezes, ainda difícil de compreender,
e seu rosto ainda está flácido e um tanto quadrado; sua pele tem dobras que os médicos pretendem remover quando a circulação melhorar e os nervos crescerem, ativando seus novos músculos.
Ela disse, na clínica Cleveland, de Ohio, EUA, que "acho que eu sou aquela que vocês vieram ver hoje". Ela tem 46 anos, e os médicos disseram que houve apenas um leve episódio de rejeição, controlado com só uma dose de esteróides.Ela terá todavia de tomar imunossupressores pelo resto da vida, mas sua dosagem foi bastante reduzida, e ela só necessita de alguns comprimidos por dia.

Culp disse que deseja contribuir para promover a aceitação daqueles que sofreram quimaduras e outros ferimentos desfigurantes.

"Quando alguém está defigurado e não tem uma aparência tão boa quanto a sua, não julgue a pessoa, porque nunca se sabe o que aconteceu com ela", disse.
"Não julgue as pessoas que não são como você. Porque nunca você saberá o dia de amanhã. Um dia, tudo pode ser levado embora". Sábias palavras.
O primeiro transplante de rosto foi realizado na França, em 2005, com Isabelle Dinoire, que foi atacada por seu cão.
Five years after being shot in the face by her husband, Connie Culp has received the world's most extensive face transplant, allowing her to eat and smell again.
When her husband turned a shotgun on her, the blast shattered her nose, cheeks, the roof of her mouth and an eye. Hundreds of fragments of shotgun pellet and bone splinters were embedded in her face and she needed a tube into her windpipe to breathe. Only her upper eyelids, forehead, lower lip and chin were left. Her own children were scared to see her.
Culp, from Ohio, who appeared in front of the cameras yesterday for the first time, said the plastic surgeon who saw her two months after the shooting, Dr Risal Djohan, was unsure whether he could do much.
"He told me he didn't think, he wasn't sure, if he could fix me, but he'd try," Culp said. She endured 30 operations to try to fix her face. Doctors took parts of her ribs to make cheekbones and fashioned an upper jaw from one of her leg bones. She had countless skin grafts from her thighs. Still, she was left unable to eat solid food, breathe on her own, or smell.
Then, in December, in a 22-hour operation, Dr Maria Siemionow led a team of doctors who replaced 80% of Culp's face with bone, muscles, nerves, skin and blood vessels from a woman who had just died. It was the fourth face transplant in the world, though the others were not as elaborate.
Culp's expressions are still a bit wooden, but she can talk, smile, smell and taste her food again. Her speech is at times a little hard to understand. Her face is bloated and squarish, and her skin droops in folds that doctors plan to remove as her circulation improves and her nerves grow, animating her new muscles.
Culp left hospital in February and has returned for periodic follow-up care. Her doctors say she has suffered only one mild rejection episode, which was controlled with a single dose of steroid medicines. She must take immune-suppressing drugs for the rest of her life, but her dosage has been greatly reduced and she needs only a few pills a day.
Culp said she wanted to help foster acceptance of those who had suffered burns and other disfiguring injuries.
"When somebody has a disfigurement and don't look as pretty as you do, don't judge them, because you never know what happened to them," she said. "Don't judge people who don't look the same as you do. Because you never know. One day it might be all taken away." Wise words.

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