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sábado, 7 de março de 2009

A excomunhão e a insensibilidade

A Igreja Católica tem lá o direito de defender seus dogmas, mas não pode expor a vítima, uma criança de apenas 9 anos, estruprada seguidamente pelo padrasto, de quem acabou engravidando de gêmeos.
O bispo do Recife, dom Deda, pressionou o primeiro hospital em que a vítima foi atendida para que não fizesse o aborto, permitido por lei. A criança acabou sendo atendida em outro hospital.
Um caso que deveria ser tratado com discrição tornou-se um fenômeno midático por causa da intransigência e do ativismo insensível de um padre.
A criança, de identidade não revelada, corre o sério risco de ser discriminada e ridicularizada em sua cidade, no interior de Pernambuco, Estado do Nordeste brasileiro. Em cidades pequenas tudo se sabe, é verdade, mas fosse o caso tratado sem todo esse alarde, as chances de a criança sofrer danos morais seriam reduzidas.
Repetimos aqui o óbvio: a Igreja tem o direito de ser contra o aborto, mas a criança, de nove anos, com o corpo ainda em formação, corria sérios riscos se levasse adiante a gravidez. Fora o aspecto psicológico, também bastante prejudicado pela publicidade dada ao caso, o que só ocorreu pela celeuma criada pelo bispo.
Quanto à excomunhão em si, os médicos estão se lixando para ela.

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