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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O rolo da Satiagraha

O PSOL entrou hoje com representação na Procuradoria Geral da República para que sejam investigados os procedimentos adotados pelo delegado Amaro Vieira Ferreira e pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luis Fernando Corrêa, ao pedirem quebra de sigilo telefônico para apurar possível vazamento de informações na Operação Satiagraha.
As investigações resultaram na prisão de Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas. Parlamentares do partido acreditam que o delegado Protógenes Queiroz e o juiz Fausto De Sanctis estão sofrendo perseguição, enquanto o foco das investigações da Operação Satiagraha é desviado.Matéria publicada pela assessoria de comunicação do partido cita reportagem do jornal Folha de São Paulo, que mostrou que o delegado Ferreira solicitou à empresa Nextel a quebra de sigilo, sem autorização judicial, de todos os celulares e antenas utilizados na operação comandada pelo delegado Protógenes Queiroz.
A PF se justificou informando que não houve pedido de quebra de sigilo, mas sim de dados sobre a localização das torres de transmissão. O jornal, entretanto, contesta essa informação.Para o PSOL, o que ocorre diante dessas ações da PF é uma tentativa interna de desestabilização institucional, que desvia o foco das conclusões da Operação Satiagraha e beneficia três dos principais acusados. “Além disso, tenta-se desmoralizar o trabalho realizado pelo delegado Protógenes e pelo juiz Fausto De Sanctis, que autorizou as prisões, na época”.A líder do PSOL, deputada Luciana Genro, declarou que as ações do delegado Protógenes e do juiz De Sanctis deveriam honrar a corporação, já que eles agiram e prenderam corruptos de colarinho branco, mas, agora, ambos estão sendo perseguidos.
“É uma vergonha o que está acontecendo: investigações levam a quadrilha fraudadora de recursos públicos para a cadeia; o senhor Daniel Dantas é libertado duas vezes; e agora quem investigou está sendo investigado”, critica o deputado Ivan Valente.Outros parlamentares do partido defenderam Protógenes. O senador José Nery afirmou que existe “uma articulação de parte dos Três Poderes da República que certamente temem pelos resultados da Operação Satiagraha”.
O deputado Chico Alencar acredita que o fato seja mais uma proteção tradicional no Brasil aos grandes donos do capital e do dinheiro. “Não pode continuar dessa maneira”, concluiu. Enquanto a situação se complica para o lado de Protógenes, os advogados de Daniel Dantas seguem utilizando mecanismos para defender o cliente. Pelo menos 34 pedidos nos tribunais já foram apresentados para que os processos contra ele sejam barrados.
Fonte: Contas Abertas

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