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quarta-feira, 23 de abril de 2008

A crise do arroz (e outros alimentos)

O que está havendo com os alimentos, especialmente o arroz?
O governo brasileiro suspendeu a exportação do cereal, a exemplo de outros países, na tentativa de manter os preços estáveis.
Atenção: 24 horas depois, como de costume, o governo brasileiro voltou atrás; não vai mais restringir as exportações. Menos mal, pois quando os preços caem, não ajuda o agricultor.
Nos Estados Unidos, os armazéns, empórios e grandes supermercados estão impondo cotas de arroz para os clientes.
É o que fez o Sam's Club, que só está vendendo quatro sacos de arroz por cliente. O preço do arroz atingiu um recorde esta semana na CBOT, a Bolsa de Mercadorias de Chicago, e em alugumas lojas, os preços dobraram em poucas semanas.
Os especialistas em varejo falam em pânico, e todos vão às compras antes que os preços subam ainda mais, com restaurantes fazendo estoques preventivos.
O curioso é que filipinos residentes nos EUA estão comprando arroz para enviar a seus parentes na Filipinas, onde a falta do produto está causando preocupações.
As pessoas estão comprando em maior quantidade à medida que ouvem as notícias sobre a escalada dos preços.
Desde o início deste ano, países produtores de arroz como a China, Vietnã, Egito e Índia impuseram cotas de exportação para segurar a onda dos preços, e a Tailândia, o maior exportador de arroz mundial, deverá seguir a moda.
Mas alguns vegetais também aumentaram cerca de 50% nos EUA, nas últimas semanas. Os representantes da indústria alimentícia americana dizem que os preços deverão cair brevemente, assim que os estoques forem refeitos.
Há quem diga que isto é o fim da era dos alimentos baratos, com o trigo custando além do dobro do que custava há um ano. Trigo, soja - que é usada na produção de biodiesel -, ovos, leite e derivados, tudo tem subido demais, causando ira na população de vários países.
A ONU, por causa destes aumentos, precisa de cerca de mais US$ 700 milhões para comprar alimentos para 77 milhões de pessoas mas os países ricos se fazem de surdos. Ora, 700 milhões é troco quando se sabe que a guerra do Iraque, considerando-se todos os efeitos colaterais causados por ela, custa mais de 1 bilhão por dia.
Organismos internacionais dizem também que entre 40 e 60% dos alimentos se perdem por deficiências de transporte e embalagem. Eis o xis da questão: será tão difícil assim sanar estas deficiências?
Tem mais uma coisa, importante: O governo brasileiro cortou 44% do orçamento do Ministério da Agricultura. É assim que seremos o celeiro do mundo?

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