A bolha imobiliária se espalha

O colapso da bolha imobiliária nos estados Unidos está espalhando-se, tornando-se um fenômeno global, com os preços dos imóveis caindo na Espanha, Irlanda, Báltico, Índia. O blog já havia informado a respeito dos casos da Espanha e Inglaterra.

Esta recessão global sincronizada. está afetando não só os preços do imóveis, mas os empregos, também. Analistas imobiliários falam em uma queda de preços de tal magnitude que parecerá uma liquidação.

Em certa medida, os problemas mundiais são resultado do contágio americano. À medida que o crédito se contrai em razão da crise dos subprime, analistas temem que outros países possam sofrer um crise hipotecária como a que afeta os EUA.

Os problemas nos EUA estão atingindo a Europa, disse Michael Ball, especialista em preços imobiliários. Em países como a Iralanda, os preços estão mais inflacionados do que nos EUA. Um apartamento de um quarto em Dublin, comprado por US$ 575.000 em maio de 2006, vale hoje US$ 100 mil a menos.

Os mercados no Báltico e leste europeu se esfriam à medida que europeus no oeste param de comprar propriedades para investimento em Varsóvia, Estônia e outros países da região.

Mais ao leste, na Índia e sul da China, os preços já não sobem mais. Com os mercados acionários caindo após altas recordes, as pessoas não tem mais dinheiro para comprar propriedades como antes. As vendas de apartamentos em Hong Kong, um mercado normalmente hiperativo, desaceleraram-se recentemente, com os preços de apartamentos populares começando a cair.

Em Nova Delhi e outras partes do norte da Índia, os preços caíram 20% no ano passado. Um clima de erosão da confiança. Em boa medida os preços, afinal, parecem obedecer à lei da gravidade; o que sobe demais acaba sempre caindo.

Com as taxas de juros muito baixas ajudando a inflar a bolha imobiliária em muitos países, os economistas dizem que a confluência de preços era previsível. A explosão dos preços dos imóveis foi maior na Inglaterra do que nos EUA. Portanto, as pessoas estão mais preocupadas. Mas os problemas da Grã-Bretanha são pequenos frente aos da Espanha e Irlanda.

Investimentos imobiliários representam 12% da economia irlandesa e 9% da espanhola, contra 5% da americana, segundo o FMI.

Na Espanha, mais de 4 milhões de residências foram erguidas na última década, mas do que na Alemanha, França e Inglaterra combinadas. os preços médico triplicaram em algumas partes do país, à medida que a economia aquecida atraía imigrantes e europeus do Norte compravam casas na Costa do Sol.

Agora, milhares de casas estão vazias. O FMI estima que as propriedades estão sobrevalorizadas em 15%. Em 2005, Julian Felipe Fernandez comprou três pequenos apartamentos para investir, em um grande empreendimento nas cercanias de Madri. Pagou 100 mil euros de depósito pelas unidades, e agora está doido para vendê-las a fim de evitar arcar com uma hipoteca de alto custo. Ele diz que há três anos, parecia que poderia vendê-las com algum lucro antes que ficassem prontas. A ilusão do dinheiro fácil. Terá muita sorte se conseguir vendê-los.

Para se ter uma idéia uma empresa de construções de Barcelona vende hoje seis imóveis por mês, contra 40 um ano atrás. Na Irlanda, o Tigre Celta, proprietários pedem US$ 5 milhões por casas que não valem mais do que US$ 4 milhões. Muitas casas estão sendo vendidas no país, embora por 25% menos.