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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

MRSA USA300

Uma nova variante, altamente resistente, da bactéria MRSA (Streptococcus aureus - há outro posto a respeito no blog, em Ciência) está se espalhando entre homossexuais do sexo masculino em São Francisco e Boston, EUA, diz um relatório publicado segunda-feira, 14/1.
Um estudo online do jornal Annals of Internal Medicine, a bactéria parece ter-se espalhado mais facilmente através da penetração anal, mas também devido ao contato com a pele, ou ao tocar-se superfícies contaminadas.
Os autores disseram que, a menos que os laboratórios de microbiologia possam identificar a variante e os médicos prescrevam o antibiótico apropriado, a infecção poderá se espalhar rapidamente e tornar-se uma ameaça maior.
A nova cepa parece ter-se disseminado rapidamente entre as populações gays de San Francisco e Boston, e tem potencial de espalhar-se rapidamente pelo País.
O estudo baseou-se em uma revisão de históricos médicos de pacientes de clínicas em São Francisco e Boston, e nove centros médicos de S.Francisco. O bairro de Castro, em S.Francisco, tem o maior número de gays residentes no país, segundo a Universidade da califórnia. Um em cada 588 residentes está infectado com a nova cepa resistente a múltiplas drogas da MRSA, o que equivale a 1 em 3.800 pessoas da cidade, conforme estatísticas baseadas no código postal. Um parte em destaque do estudo descobriu que os gays em S.Francisco têm cerca de 13 vezes mais chances de se infectar do que os demais moradores.
Os pesquisadores de S. Francisco sugerem que a lavagem de mãos com água e sabão, e escova, pode ser o meio mais eficaz de estancar a transmissão pele-a-pele, especialmente após atividades sexuais. A MRSA, Stafilococcus Resistente à Meticilina, antes se espalhava especialmente em hospitais, mas nos anos mais recentes, pessoas saudáveis a têm adquirido fora de hospitais.
Aproximadamente 19.000 pessoas morreram por infecção de MRSA nos EUA em 2005. A infecção por MRSA pode causar problemas severos, como abscessos e úlceras de pele. A bactéria pode penetrar através da pele e produzir fascite necrotizante, o que lhe dá o apelido de bactéria devoradora de carne. Também pode causar pneumonia, danos cardíacos e sepse (infecção generalizada). A variante é conhecida como MRSA USA300, e é mais difícil de tratar não só pela resistência à meticilina, mas também á maioria dos antibióticos usados no tratamento de cepas anteriores, e contém um plasmídeo chamado pUSA03.
Esta cepa é resistente a, pelo menos, três outras drogas: clindamicina, tetraciclina e mupirocina.
Importante notar que, se a bactéria está disseminada majoritariamente entre gays masculinos, é por mero acaso, pois se ela se dissemina pelo contato da pele ou de objetos, logo deixará de ser "exclusividade" dessa comunidade. Como ocorreu com a Aids, que chegou a ser chamada de peste gay.
Quando o blogue publicou esta notícia, fez a advertência acima, e não deu outra: grupos antigay já fizeram o discurso de praxe sobre os "perigos da homossexualidade", falou-se em "New HIV", e os autores do estudo se desculparam: sexta, 19/1, disseram que " a divulgação continha algumas informações que poderiam ser mal interpretadas ou confusas."
"Nós deploramos a associação negativa de algumas populações com infecções por MRSA ou outras preocupações de saúde pública", concluiu. O dr. Henry Chambers, um dos autores do relatório e professor de medicina da universidade, disse estar surpreso pela forma como o relatório foi distorcido".

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