Na terra, ladrões roubam tudo, de diamantes a obras de arte e sacos de dinheiro. No espaço, ó gás – o combustível que forma as estrelas – é uma mercadoria que vale a pena roubar.
Novas observações do telescópio espacial Spitzer, da NASA, mostram uma galáxia massiva e distante surrupiando vastas reservas de gás – o equivalente a um bilhão de sóis – de sua vizinha, uma galáxia menor. O gás roubado, que se tornou absurdamente quente, deverá esfriar e transformar-se em novas estrelas e planetas.
Poderemos ver a galáxia maior em um raro estágio de sua reencarnação de uma velha galáxia em uma nova, repleta de estrelas brilhantes, disse Paitrick Ogle, do Spitzer Science Center da NASA, no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, California, o Caltech. Ele é o principal autor de um novo relatório sobre estas descobertas, na edição de 20 de outubro do Astrophysical Journal.
A galáxia ladra, chamada 3C326 Norte, tem aproximadamente a massa da nossa Via Láctea, e sua vítima, a 3C326 Sul, a metade da sua massa. Elas estão perto o suficiente para exercer efeito gravitacional uma sobre a outra e pode, eventualmente, colidir. Estas fusões de galáxias são comuns no universo. O gás e as estrelas em duas galáxias próximas vão se envolvendo até fundir-se em uma só galáxia. O caso da 3C326 é um o mais claro exemplo até agora de gigantescas quantidades de gás aquecendo-se e jorrando de uma galáxia para outra.
“Esta poderia ser uma importante fase das fusões galácticas que nós agora vemos”, disse o cientista. Ogle e seus colegas pretendiam inicialmente estudar um grupo de galáxias distantes, chamadas rádio-galáxias, a cerca de um bilhão de anos-luz da Terra, denominadas na fase após a emissão de jatos de ondas de rádio que jorram de buracos negros em seus centros. Embora estes jatos sejam poderosos, seus buracos negros são relativamente sonolentos e não liberam muita energia. Quando os astrônomos escanearam 72 galáxias usando visão infravermelha, notaram um punhado delas que pareciam bastante incomuns.
A mais extrema do grupo, a 3C326 Norte, estava imersa em uma enorme quantidade de hidrogênio quente, atingindo temperaturas de até 730º C (1.340º F). Este gás, chamado hidrogênio molecular, por ter dois átomos juntos, está construindo blocos de galáxias, estrelas e planetas. Na Terra, o hidrogênio é um potencial combustível para automóveis. O hidrogênio molecular é invisível aos telescópios comuns, ópticos, mas quando é aquecido, ele emite energia no espectro infravermelho que o Spitzer consegue ver.
O hidrogênio é, de longe, o elemento predominante no universo, embora em sua forma molecular ele tenha sido virtualmente indetectável até o Spitzer ser lançado.
Como a 3C326 Norte não está mais ocupado na construção de novas estrelas, não é usual ter tanto gás. Quando os pesquisadores investigaram posteriormente fotos feitas pelo Spitzer, eles notaram algo que pareceu ser uma linha de estrelas, chamada uma cauda de maré, conectando a 3C326 Norte à 3C326 Sul. Aquela era a pista para perceber que o par estava interagindo, e que a 3C326 Norte estava sugando o gás de sua companheira. “A galáxia em questão parece estar captando uma grande quantidade de hidrogênio molecular de sua vizinha e aquecendo este gás”, disse Ogle. “O buraco negro supermassivo no centro da galáxia está digerindo em pequena fração do gás e ejetando-o em enormes jatos relativísticos com o comprimento de vários anos-luz”
Em conseqüência, o hidrogênio está quente o suficiente para reagir com oxigênio e formar vastas quantidades de água. Esta água poderia ser incorporada a planetas e cometas, uma vez que o gás tenha esfriado o suficiente para encolher, adquirir densidade, e formar novas estrelas e sistemas planetários.E o que acontecerá com a galáxia “vítima” agora que está quase sem gás? De acordo com Ogle, a galáxia perdeu muito combustível, e não produzirá mais novas estrelas. De qualquer modo, se as duas galáxias se fundirem, o que é de uma será da outra!
Outros Autores: Phil N. Appleton, do Caltech; e David Whysong, do Observatório Nacional de Radioastronomia, de Charlottesville, Virgínia, EUA.
Para mais informações a respeito do Spitzer, acesse: www.spitzer.caltech.edu/spitzer e www.nasa.gov/spitzer .
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quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Pilhando um ladrão galáctico
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