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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

No futuro, talvez, guerra por energia

A produção mundial de petróleo chegou ao pico e deverá cair pela metade por volta de 2030, de acordo com um relatório que também alerta para o fato de que a falta de combustíveis fósseis levará a guerras e convulsão social. O grupo de estudos energéticos alemão Energy Watch Group publicou seu estudo em Londres dizendo que a produção global de petróleo chegou ao pico em 2006, muito mais cedo do que os especialista esperavam. O relatório, que prevê queda de 7% ao ano na produção, é publicado após os preços terem alcançado novos recordes diários, chegando a US$90 dia 19/10/07. “Brevemente, o mundo será incapaz de produzir todo o petróleo, com a demanda em constante aumento”. “Um tremendo problema para a economia mundial”, diz Hans-Josef Fell, fundador da EWG e o homem por trás do vitorioso sistema de suporte à energia renovável. O autor do relatório, Joerg Schindler, disse que sua mais alarmante descoberta foi o grande declínio na produção de petróleo após seu ápice. Estes resultados são conflitantes com as projeções da Agência Internacional de Energia – AIE, que dizem não haver grandes motivos para preocupações com os estoques de petróleo no momento. Todavia, o estudo da EWG se baseia mais em dados da efetiva produção que, dizem eles, são mais confiáveis do que as estimativas de reservas ainda no solo. A EWG alega que as estimativas oficiais da indústria petrolífera das reservas globais montam a 1.255 gigabarris, o equivalente ao consumo de 42 anos, nos padrões atuais, mas corresponderiam, na verdade a apenas dois terços disto. O mundo produz hoje 81 milhões de barris diários, que a EWG acredita cairão para 39 milhões em 2030, além de queda significativa na produção de gás, carvão e urânio. Uma diminuição antecipada das reservas mundial e dos estoques governamentais poderão facilmente levar a distúrbios populares como os vistos em Mianmar recentemente. Para os governos, indústrias e a maioria do público deixar as coisas assim não é mais uma opção, porquanto a situação poderá sair de controle e se causar a dissolução da sociedade moderna. O mundo está no início de mudanças estruturais na economia, estas mudanças serão desencadeadas pelo declínio dos estoques de combustíveis fósseis e irão influenciar praticamente todos os aspectos de nosso dia-a-dia. Jeremy Leggett, um dos principais ambientalistas britânicos, autor de Hlaf Gone (metade se foi) um livro a respeito do pico do petróleo, - termo que define o momento em que o pico de produção foi alcançado, disse que ambos, governo britânico e a indústria da energia estão em estado de "negação institucional" e que medidas precisam ser tomadas o quanto antes. Fell disse que o mundo tem de se mover rapidamente em busca do desenvolvimento de energia renovável e de aumentar a eficiência energética, não apenas pela questão climática. Um porta-voz do departamento Britânico de Negócios e Empreendimentos declarou que “ pelos próximos anos, a produção global de petróleo e a capacidade de refino deve aumentar além da demanda. Os recursos petrolíferos mundiais são suficientes para sustentar o crescimento econômico pelos tempos vindouros. O desafio será trazer estes recursos para o mercado de forma a garantir suprimentos de energia sustentáveis, no tempo certo, de maneira confiável e a preços razoáveis.” A política energética alemã, que garante aos produtores de energia renovável pagamento de preços acima de mercado, está sendo adotada em muito países. Quem terá razão? Jazidas de petróleo continuam sendo descobertas, no Brasil mesmo há a esperança de existir uma nova província petrolífera na plataforma continental, abaixo da chama camada de sal, região ultraprofunda. Por outro lado, os jornais noticiam que a empresa indiana Tata está desenvolvendo automóveis mais do que populares, ao preço de US$2.500 dólares. Haverá combustível para mais centenas de milhões de novos veículos?

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