Ontem, a ex-primeira ministra Benazir Bhutto voltou ao Paquistão do exílio, e teve, literalmente uma recepção calorosa, com duplo sentido e com o perdão da minha ironia: Foi recebida por 150 mil pessoas, e uma violenta explosão em atnetado terrorista quase custou-lhe a vida.
Benazir Bhutto fez um trato com o general Pervez Musharaf, ditador que governa o país com mão de ferro: arquivam-se as acusações de corrupção que pesam sobre ela, e o general ganha mais cinco anos no governo. Ora, um acordo deveras pragmático para quem diz querer fazer do paquistão uma democracia, alguém que já foi primeira-ministra duas vezes, desde que seu pai, Zufikar Ali Bhutto, foi executado, há 28 anos. A sra. Bhutto é, portanto, e antes de mais nada, uma velha raposa política, agora anistiada. Melhor estariam as coisas se ela houvesse sido julgada e absolvida (ou não).
Os EUA apóiam o general ditador, e isso não é exatamente uma novidade, já apoiaram outros e dão suporte a outros tantos por este mundo afora.
O paquistão poderá, é claro, alcançar a graça de se tornar uma democracia, como sonha Bhutto.
Resta saber de que espécie, pois o conceito de democracia, hoje em dia, anda um tanto elástico.
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