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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Impunidade no primeiro mundo

Miwa Buene Monake é negro e tetraplégico
. Há oito meses, esse imigrante congolês sofreu uma agressão racista tão brutal que o deixou tetraplégico; por pouco não morreu. O agressor, Roberto Alonso de Varga, está em liberdade. Miwa Buene, economista, trabalhava como intérprete na Associação Católica de Migrações, em Madri, e levava uma vida normal até que, em 10 de fevereiro, foi atacado por jovem neonazista que lhe desferiu um violento golpe na nuca que resultou em uma lesão medular e o deixou tetraplégico.
Miwa, ao denunciar sua situação à imprensa, disse que seu agressor, que tem antecedentes penais graves como roubo, além de agressão à autoridade, ao atacá-lo, gritou: "Viva a Espanha! E você, macaco, seu lugar não é aqui, é no zoológico".
O congolês disse que não quis discutir, mesmo porque havia outras pessoas junto com o agressor. Mesmo assim, foi golpeado e só acordou no hospital Príncipe de Astúrias, depois de 17 dias em coma, por uma pancada que lhe fraturou três vértebras.
Pior que a agressão é a falta de iniciativa do Poder público, onde o depoimento do acusado só foi tomado sete meses depois do crime, porque a promotoria só se inteirou do caso decorrido este tempo. Com o agressor em liberdade - autor de tentativa de homicídio, vale destacar -, Miwa teme ser novamente atacado. Sua mulher, Mirelle Nyenewille, enfermeira empregada em uma empresa de alimentação, pergunta se fosse o contrário, se seu marido tivesse atacado um um branco em pela rua, estaria em liberdade? Há bem poucos dias, houve aquela agressão contra uma jovem sul-americana, no metrô de Barcelona, e o movimento Contra a Intolerância diz que estes casos são bastante freqüentes.
Aqui no Brasil, ficamos indignados com casos de impunidade que acontecem aos montes, e achamos que no chamado primeiro mundo as coisas são diferentes. Não são, ao menos quando as pessoas são imigrantes, negras, e pobres.

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