Uma gigantesca mancha fria no espaço pode ser a primeira pista de um defeito cósmico que ajudaria a explicar o desenvolvimento do universo.
Os pesquisadores crêem que esta anormalidade poderia fornecer provas para teorias fundamentais a respeito da maneira como diferentes tipos de partículas e formas naturais evoluíram durante o Big-Bang. A teoria do Big-Bang propõe que o universo era extremamente quente (energético) e denso quando foi criado, cerca de 14 bilhões de anos atrás, e que foi se esfriando e expandindo.
A maioria dos físicos acredita que todas as partículas no universo primordial e quente tinham idênticas propriedades, e que somente à medida que o universo esfriou partículas como os quarks, elétrons e neutrinos passaram a se comportar de maneira diferente. Este processo, conhecido como quebra de simetria, é análogo à maneira como a água se comporta, adquirindo formas variadas conforme se esfria até congelar.
O professor Neil Turok, do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da Universidade de Cambridge, descreveu, pela primeira vez, durante a década de 90, como o esfriamento que ocorreu após o Big-Bang criaria defeitos no vácuo do espaço, conhecidos como "texturas".O prof. Turok propôs que estes defeitos deveriam aparecer um manchas quentes e frias na radiação cósmica de microondas de fundo. Uma enorme mancha no Sul do Hemisfério Galáctico foi identificada por uma equipe do Instituto de Física de Cantábria (IFCA), com base na análise de uma imgam obtida pelo satélite Wilkinson Microwave Anistropy Probe (WMAP) da Nasa, em 2004. Pesquisadores da IFCA, cujo trabalho foi publicado na revista Science, investigaram uma variedade de explicações para a existência da Mancha fria. Eles não conseguiram uma explicação convincente para a sua presença além de ser uma textura cósmica. O professor Turok fez uma série de simulações usando o supercomputador COSMOS da Universidade de Cambridge para comparar a teoria de como um mancha fria poderia se desenvolver com as medições feitas pelos pesquisadores da IFCA. Ele concluiu que havia uma chance de apenas 1% de que aquela observação não fosse a prova de uma textura, observando que o conceito de quebra de simetria é o mais fundamental conceito em nossa explicação das partículas e formas que existem na Natureza. A possibilidade de que isto seja uma textura é excitante. Se for, irá revolucionar nossa compreensão a respeito de como as simetrias fundamentais entre as partículas e forças foram quebradas à medida que o universo emergiu do Big-Bang, a primeira evidência observacional de que uma quebra de simetria ocorreu a partir do Big-Bang.
O professor Turok, todavia, enfatizou que por enquanto, isto é só uma hipótese, mas uma série de testes serão feitos nos próximos anos para provar, de uma maneira ou de outra, se ela é acurada. O pesquisador Mike Hobson, membro da equipe de astrofísica do Laboratório Cavendish de Cambridge disse: " para nossa surpresa, nós descobrimos que a mancha fria, e, na verdade, a radiação cósmica de microondas de fundo por todo o céu são, realmente, consistentes com um modelo de textura.
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