
Essa é boa, "regulamentar encarnações". Entra em vigor neste sábado na China uma medida que regulamenta a reencarnação de divindades budistas. De acordo com a regra, só será considerada legítima a reencarnação que ocorrer em território chinês e obtiver a autorização do governo. A regulação foi publicada no site da Administração Estatal de Assuntos Religiosos (AEAR), departamento do governo chinês que supervisiona questões relacionadas à fé. O principal objetivo da nova regra seria dar ao governo chinês o poder de apontar a próxima reencarnação do Dalai Lama, que no Budismo é a mais alta divindade entre os monges que retornam à Terra, também conhecidos como "Budas vivos". Para analistas no Ocidente, a decisão também está sendo interpretada como mais uma manobra política para reforçar o controle da China sobre a região do Tibet. O atual Dalai Lama luta pela independência do Tibet, o que vai contra os interesses políticos da China. O Tibet era um Estado religioso independente até 1959, quando as forças de Mao Tse-Tung invadiram e anexaram a região à China. O então líder do Tibet, o jovem Dalai Lama, teve de fugir para a Índia e até hoje vive no exílio, de onde luta pelo reconhecimento da independência do território. Internacionalmente, o líder tibetano é muito respeitado também entre os não budistas. O monge Tenzin Gyatso, que é a 14ª encarnação do espírito do Dalai Lama, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989 e o congresso norte-americano é simpático à sua causa pela independência do Tibet. Mas Gyatso já está com 72 anos, e muitos se perguntam quem dará continuidade à luta por um Tibet livre quando ele vier a falecer.
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