Algumas décadas atrás, falava-se muito a respeito dos objetos voadores não-identificados, os OVNIS, mas depois o assunto praticamente caiu no esquecimento sem que, no entanto, as pessoas tenham deixado de acreditar na possibilidade de vida extraterrena. Ao contrário, hoje, a ciência tem instrumentos bem mais poderosos para esquadrinhar o cosmo, não em busca de espaçonaves, mas, sim, à procura de outros mundos que possam abrigar vida, ainda que primitiva.
Bem, primitivo é um conceito bastante elástico.
A descoberta, este mês, de um novo planeta, situado fora do nosso sistema solar faz voar a imaginação. Ainda sem nome, o astro orbita a estrela Gliese 581, distante 20,4 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e os astrônomos dizem que tem todas as condições de dar origem à vida, ainda que não necessariamente inteligente. Sua temperatura varia de zero a 40ºC, mas a luz "solar" é muito fraca, de um vermelho escuro.
Lá, o ano dura apenas 13 dias, contra os 365 de nosso mundo, e devido à maior massa, a gravidade é muito mais forte do que por aqui. Ah, sim, por conta de seu maior diâmetro, o dobro do da Terra, o dia por lá é mais longo. Com tudo isso, é considerado o astro mais parecido com a Terra no quesito habitabilidade - para a vida tal como a conhecemos.
Mas para nós não parece assim tão aconchegante quanto a idéia de se descobrir um novo mundo, ainda que inalcançável porque um astronauta levaria 20,4 anos para chegar lá, se pudesse - e não pode - viajar à velocidade da luz. Até onde se sabe, nada pode se deslocar tão rápido, de forma que estamos fadados a aceitar a condição de meros observadores, o que não impede ninguém de tecer algumas considerações sobre o tema, de resto fascinante.
Espécie de super Terra, por causa de seu tamanho, similar ao de Júpiter (vide ilustração comparativa, acima), com oceanos maiores e mais profundos, o planeta recém-descoberto descortina uma visão diferente do Universo, talvez um tanto mais romântica, já que se pode agora falar, com muita esperança, na possibilidade milionária - por conta da enorme quantidade de estrelas que há no espaço sem fim (ou quase) - de encontrarmos, quem sabe, seres até mais evoluídos do que nós.
E pensar que levamos tanto tempo para chegar onde chegamos, descobrimos outros mundos e aprendemos tão pouco; desvendamos os segredos do átomo para construirmos bombas atômicas; imaginamos o planeta inesgotável e agora nos damos conta de que até a água está escasseando.
Em nossos delírios de grandeza, nos esquecemos que nada é infinito, nem mesmo o tempo, que sempre teima em fluir tão velozmente.
Temos trilhado o caminho errado na jornada da evolução, e embora não haja caminho sem volta, talvez não haja mais tanto tempo, e ainda que houvesse, provavelmente seríamos recalcitrantes em nossa loucura...
Bem, de qualquer forma, Gliese fica logo alí...
Nunca pensei que poderia haver planetas como esse tão fácilmente.
ResponderExcluirinfelizmente não dá pra ir até la.
A reportagem da veja dsta semana comete erros grosseiros sobre o tema. São verdadeiros absurdos cintíficos.
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