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quinta-feira, 26 de abril de 2007

Considerações siderais

Algumas décadas atrás, falava-se muito a respeito dos objetos voadores não-identificados, os OVNIS, mas depois o assunto praticamente caiu no esquecimento sem que, no entanto, as pessoas tenham deixado de acreditar na possibilidade de vida extraterrena. Ao contrário, hoje, a ciência tem instrumentos bem mais poderosos para esquadrinhar o cosmo, não em busca de espaçonaves, mas, sim, à procura de outros mundos que possam abrigar vida, ainda que primitiva. Bem, primitivo é um conceito bastante elástico. A descoberta, este mês, de um novo planeta, situado fora do nosso sistema solar faz voar a imaginação. Ainda sem nome, o astro orbita a estrela Gliese 581, distante 20,4 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e os astrônomos dizem que tem todas as condições de dar origem à vida, ainda que não necessariamente inteligente. Sua temperatura varia de zero a 40ºC, mas a luz "solar" é muito fraca, de um vermelho escuro. Lá, o ano dura apenas 13 dias, contra os 365 de nosso mundo, e devido à maior massa, a gravidade é muito mais forte do que por aqui. Ah, sim, por conta de seu maior diâmetro, o dobro do da Terra, o dia por lá é mais longo. Com tudo isso, é considerado o astro mais parecido com a Terra no quesito habitabilidade - para a vida tal como a conhecemos. Mas para nós não parece assim tão aconchegante quanto a idéia de se descobrir um novo mundo, ainda que inalcançável porque um astronauta levaria 20,4 anos para chegar lá, se pudesse - e não pode - viajar à velocidade da luz. Até onde se sabe, nada pode se deslocar tão rápido, de forma que estamos fadados a aceitar a condição de meros observadores, o que não impede ninguém de tecer algumas considerações sobre o tema, de resto fascinante. Espécie de super Terra, por causa de seu tamanho, similar ao de Júpiter (vide ilustração comparativa, acima), com oceanos maiores e mais profundos, o planeta recém-descoberto descortina uma visão diferente do Universo, talvez um tanto mais romântica, já que se pode agora falar, com muita esperança, na possibilidade milionária - por conta da enorme quantidade de estrelas que há no espaço sem fim (ou quase) - de encontrarmos, quem sabe, seres até mais evoluídos do que nós.
E pensar que levamos tanto tempo para chegar onde chegamos, descobrimos outros mundos e aprendemos tão pouco; desvendamos os segredos do átomo para construirmos bombas atômicas; imaginamos o planeta inesgotável e agora nos damos conta de que até a água está escasseando.
Em nossos delírios de grandeza, nos esquecemos que nada é infinito, nem mesmo o tempo, que sempre teima em fluir tão velozmente.
Temos trilhado o caminho errado na jornada da evolução, e embora não haja caminho sem volta, talvez não haja mais tanto tempo, e ainda que houvesse, provavelmente seríamos recalcitrantes em nossa loucura...
Bem, de qualquer forma, Gliese fica logo alí...

2 comentários:

  1. Nunca pensei que poderia haver planetas como esse tão fácilmente.
    infelizmente não dá pra ir até la.

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  2. A reportagem da veja dsta semana comete erros grosseiros sobre o tema. São verdadeiros absurdos cintíficos.

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