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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Mil anos atrás; quantos mais à frente?


O Sol é o mesmo, enquanto, relativamente, você está mais velho; com menos fôlego, e um dia mais perto da morte. (Sun is the same in the relative way that you're older; shorter of breath, and one day closer to death.)

Este é um trecho da música Time, do Pink Floyd. Tempo, em português. Boa para uma reflexão a respeito do futuro da humanidade. Nossa existência no planeta, iniciada há cerca de 150 mil anos, é um nada em termos cósmicos, um piscar de olhos. Lembrando a história mais recente da humanidade, notamos a crescente velocidade com que a população da Terra aumenta, já tendo passado de sete bilhões de pessoas. Há algumas décadas, o termo explosão demográfica era muito utilizado, mas parece que caiu de moda. Um contrassenso, já que nunca houve tanta gente a bordo desse nosso (ainda) agradável planeta. Que continuará existindo por muito tempo depois que a humanidade, fatalmente, se extinguir.

Sim, porque a conta gente versus recursos naturais não fecha, e a prova disso é a já anunciada morte da Grande Barreira de Corais, que sofre um irreversível processo de branqueamento causado pelo aquecimento das águas do Pacífico. Esse ecossistema forma o maior organismo vivo do planeta, visível do espaço.

Recentemente, o físico Stephen Hawking refez suas contas e disse que não temos mais do que 100 anos pela frente. Diante dessa constatação realista, parece estranho lembrar nossa história de mil anos atrás, quando, segundo ele, não podemos pensar em mais 100 anos adiante...

Então, soa absurdo os cientistas falam em levar o homem a Marte (vejam o filme The Space Between Us), onde teria de viver em locais fechados, porque a atmosfera por lá é composta basicamente de gás carbônico. Uma viagem de quase um ano de duração, na qual os astronautas sofreriam atrofia muscular e enfraquecimento ósseo por conta da prolongada exposição à gravidade zero. E sem volta (no filme, pura ficção, a volta é possível).

Procuramos e encontramos diversos exoplanetas em outros sistemas estelares, mas jamais chegaremos a algum deles. Nunca faremos contato com outras civilizações que, certamente, hão de existir em vários dos incontáveis bilhões de planetas existentes outros tantos bilhões de galáxias por todo o universo.

Só para se ter uma ideia da impossibilidade de uma viagem interestelar, vale registrar que as espaçonaves Voyager I e Voyager II foram lançadas em 1977, e só há pouco saíram do "envelope" do Sistema Solar.

Depois da nossa extinção, a Terra poderá se recuperar, retomando as condições para o ressurgimento de uma nova humanidade, se considerarmos a Teoria do Eterno Retorno de Nietzsche. Ou, quem sabe, vivamos em multiversos, infinitos universos com minúsculas variações entre eles, porém suficientes para mudar destinos e resultados.

E onde ficam os deuses nessa história? Não ficam, porque desde sempre os homens de todas as culturas acreditaram em entes superiores por não suportarem a ideia de serem simplesmente... finitos.
Porque, por outro lado, é muito complicado, talvez até mesmo aflitivo, aceitar, simplesmente, que tudo tem começo, meio e fim.


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