Especialistas na área de células-tronco consideraram a pesquisa revolucionária, e dizem que, se for repetida em humanos, isso poderá levar a uma nova "era de medicina personalizada."
Devolver células ao estado embrioniário – também chamado pluripotente – significa que elas poderão então ser transformadas em qualquer outro tipo de célula do corpo.
Anteriormente, isso só podia ser feito através da manipulação genética, que é cara e demorada.
Mas cientistas do Centro Riken de Biologia Devesenvolvimentista, em Kobe, no Japão, descobriram que células retiradas de ratos recém-nascidos de fato "perdem a identidade" dentro de 30 minutos após serem expostas a um meio ligeiramente ácido.
O professor Austin Smith, da Universidade de Cambridge, disse, num artigo publicado na revista Nature, que as novas células poderiam ser consideradas em um "estado em branco", a partir do qual seria possível surgir qualquer tipo de célula, dependendo do seu ambiente.
“Notavelmente, em vez de acionar a morte da célula ou o crescimento de tumores, como se esperava, surge um novo estado celular que apresenta um potencial sem precedentes de diferenciação em qualquer tipo de célula possível,” disse.
A descoberta foi aclamada como ‘incrível’ por cientistas que, acreditam, irá acelerar o progresso da medicina personalizada.
Células-tronco oferecem a possibilidade de um fonte renovável de substituição de células e tecidos para o tratamento de doenças como Alzheimer, lesões de medula, AVC, cardiopatias, diabetes, osteoartrite e artrite reumatóide.
Elas poderiam ser usadas para a regeneração de órgãos, estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos, ou a criação de enxertos de pele.
“Quem diria que para reprogramar células adultas para um estado embriônico como o das células-tronco (pluripotente) bastaria uma pequena quantidade de ácido, por menos de meia hora – uma descoberta incrível.”
Os estudos foram publicados na revista Nature.
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