Pesquisar conteúdo deste blog

sábado, 23 de novembro de 2013

A monstruosa explosão de raios gama

Imagem fornecida pelo Centro  Goddard de Voos Espaciais da Nasa mostra uma concepção artística de como ocorre uma explosão de raios gama
Astrônomos a chamam de o monstro. Foi a maior e mais brilhante explosão cósmica já observada. Tivesse sido mais próxima, a Terra teria sido torrada.
Como a explosão se deu a 3,7 bilhões de anos-luz de distância, a humanidade foi poupada. Mas telescópios orbitais captaram o espetáculo de fogos de artifício de uma vida em Abril.
A única exibição maior de que os astrônomos têm conhecimento é o big bang, que criou o universo, e não havia ninguém por lá para vê-lo.
A explosão foi um surto de raios  gama, um tipo de explosão que ocorre quando uma grande estrela morre, se desmancha em um buraco negro novinho, cria uma supernova e ejeta radiação energética de um brilho muito intenso enquanto viaja pelo universo à velocidade da luz.
Os telescópios orbitais da Nasa observam essas explosões há mais de 20 anos, detectando uma a cada dois dias. Mas esta foi especial. Ela estabeleceu recordes, segundo quatro estudos publicados quinta-feira na revista Science.
Inundou os instrumentos da Nasa com cinco vezes mais energia do que seu concorrente mais próximo, uma explosão em 1999, disse o astrofísico  Rob Preece, da Universidade do Alabama em Huntsville, e autor de um dos estudos.
Tudo começou com uma estrela de massa 20 a 30vezes maior que a do sol, embora com um diâmetro apenas duas vezes maior, logo, incrivelmente densa.
Em geral, as explosões de raios gama são "as maiores explosões do universo" e esta foi tão grande que alguns dos instrumentos dos telescópios atingiram seus picos, disse Preece.Foi muito mais forte e durou mais que outras anteriores.
Uma das principais razões da intensidade de seu brilho é que em relação aos milhares de outras explosões de raios gama que os astrônomos já viram, o monstro estava bem próximo, mesmo a 3,7 bilhões de anos-luz. Um ano-luz equivale a quase 6 trilhões de milhas.
A maioria das explosões observadas pelos telescópios da Nasa estava a o dobro da distãncia desta. Outras explosões poderiam ser grandes assim, mas estão tão mais distantes que não parecem tão brilhantes quando chegam à Terra, dizem os autores do estudo.
Astrônomos dizem ser muito improvável que uma explosão de raios gama – especialmente uma grandona como esta – pudesse ter ocorrido em nossa galáxia, perto de nós. Avi Loeb, que não participou dos estudos, diz que a chance é de, pelo menos, 1 em  10 milhões.
Além disso, a explosão tem de apontar na nossa direção para ser vista e perigosa. É concentrada como um farol marítimo focalizado. Um planeta pego por uma dessas perderia instantaneamente sua atmosfera  e só sobraria um pedaço de carvão, dizem os astrônomos.
"Ou está apontada para nós, ou não," disse Preece. "se não estiver, uau! a civilização sobreveria e nós talvez víssemos uma supernova.Mas se estivesse apontada para nós, aí seria outra questão, e importaria muito sua distância em nossa galáxia.Se estiver em nosso braço local, bem, a coisa ficaria preta."
Nós não vimos raios gama na superfície da terra porque a atmosfera  os obscuce e porque sua luz é do tipo que não podemos ver, mas a Nasa tem satélites que as procuram.
Para os cientistas à procura de explosões de raios gama, este foi um momento extraordinário.
Essas explosões fazem parte do ciclo de nascimento, vida e morte  do universo", disse Michelson. "Você e eu somos feitos do material vindo de supernovas."

Nenhum comentário:

Postar um comentário