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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lagos de gás frio na galáxia





Legenda: No alto, Gás anteriormente conhecido (de CO); no meio, Gás recém-descoberto (de C ionizado); embaixo, o Sol.

Estrelas novas, recém-formadas, brilham forte, practicamente gritando, "Ei, olhem para mim!" Mas nem tudo na nossa galáxia da Via Láctea é fácil de ver. A maior parte da matéria entre as estrelas da galáxia — o gás hidrogênio frio do qual as estrelas se originam — é quase impossível de detectar. 

Um novo estudo do
Observatório Espacial Hershel está lançando uma luz sobre essas piscinas de gás ocultas, revelando seu paradeiro e quantidades.Da mesma forma como  corantes são usados para que se possa ver movimentos giratórios de líquidos transparentes, a equipe do Herschel utilizou um novo traçador para mapear o gás hidrogênio invisível. 

A descoberta revela que o reservatório de matéria prima para a formação de estrelas havia sido subestimado — em quase um terço — e se estende para mais além do centro de nossa galáxia do que se pensava. 

"Há um enorme reservatório adicional de material disponível para formar novas estrelas, que antes não conseguíamos identificar," disse Jorge Pineda do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), em Pasadena, Califórnia, principal autor de um novo artigo sobre as descobertas, publicado na revista Astronomy and Astrophysics. 

"Nós tivemos de ir ao espaço para elucidar esse mistério porque nossa atmosfera absorve a radiação específica que queríamos detectar," disse William Langer do JPL, principal investigador do projeto Herschel de mapeamento do gás. "Nós também precisávamos ver em luz infravermelha extrema para apontar a localização do gás. Por esses dois motivos, o Herschel era o único telescópio para essa tarefa." 

Estrelas são criadas a partir de nuvens de gás, feito de moléculas de hidrogênio. O primeiro passo para fazer uma estrela é comprimir o gás o suficiente para que os átomos formem  moléculas. O gás começa esparso, mas com a atração gravitacional e, às vezes, outras forças de constrição, ele se aglomera e se torna mais denso. Quando o hidrogênio se torna denso o suficiente, ocorre a fusão nuclear e nasce uma estrela, brilhando com sua luz. 

Astrônomos estudiosos de estrelas querem seguir essa trajetória, desde o começo da estrela como uma nuvem de moléculas até um globo ardente. Para isso é necessário mapear a distribuição do hidrogênio combustível estelar através da galáxia. Infelizmente, a maior parte das moléculas de hidrogênio que há no espaço são frias demaispara emitir alguma luz visível. Elas se escondem, imperceptíveis para a maioria dos telescópios. 

Durante décadas, pesquisadores recorreram a uma molécula traçadora  chamada monóxido de carbono, que se unem a moléculas de hidrogênio, revelando sua localização. No entanto, esse método tem limitações. Em regiões onde o gás está apenas começando a se acumular — o estágio mais primordial da formação de nuvens — não há monóxido de carbono. 

"A luz ultravioleta destrói o monóxido de carbono," disse Langer. "No espaço interestelar, onde o gás é muito esparso,não há poeira suficiente para proteger as moléculas da destruição pela luz ultravioleta." 

Mas um traçador diferente — o carbono ionizado — existe nesses grandes, porém relativamente vazios espaços, e pode ser usado para identificar as moléculas de hidrogênio. 


Pesquisadores já haviam observado carbono ionizado anteriormente no espaço, mas o Herschel, pela primeira vez, forneceu um mapa geográfico tremendamente melhorado de sua localização e abundância na galáxia. 


Não é interessante saber, caros leitores, que as estrelas, fonte de toda a vida, se formam a partir do elemento químico mais simples de todos, o hidrogênio? O qual, por  sua vez, através da fusão nuclear nas etrelas, vai formando outros elementos mais pesados, como o hélio, chegando até o ferro? Mas e os demais, de onde vêm? De estrelas, também; eles se formam nas gigantescas explosões de supernovas. Como o ouro de uma jóia, por exemplo.

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