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quinta-feira, 20 de junho de 2013

A Cassini irá fotografar a Terra do espaço profundo


A nave espacial Cassini, atualmente explorando Saturno, irá tirar uma foto de nosso planeta a uma distância de centenas de milhões de quilômetros, em 19 de julho. A NASA está convidando o público a ajudar a reconhecer o histórico retrato  interplanetário à medida em que for sendo tirado.

A Terra irá aparecer como um pequeno ponto azul claro entre os anéis de Saturno na imagem, que fará parte de um mosaico, ou retrato de imagens múltiplas, do sistema de Saturno que a Cassini está compondo.

"Embora a Terra tenha apenas o tamanho de um pixel do ponto de vista da Cassini, a 1,44 bilhão de quilômetros de distância, a equipe está ansiosa em dar à população da Terra uma oportunidade de ver como seu planeta se parece visto de  Saturno," disse Linda Spilker, cientisas do projeto Cassini no 
Laboratório de Propulsão a Jato  em Pasadena, na Califórnia. 

A Cassini vai começar a obter a parte do mosaico com a Terra às 21h27 UTC, terminando cerca de quinze minutos depois, enquanto Saturno estará eclipsando o Sol do ponto de vista da Cassini. O ponto de vista privilegiado e único da espaçonave sob a sombra de Saturno irá proporcionar uma oportunidade científica especial para se observar os anéis do planeta. No momento da foto, a 
América do Norte  e parte do Oceano Atlântico  estarão iluminados pelo Sol. 

Ao contrário de dois mosaicos de eclipse do sistema de Saturno obtidos pela Cassini em  2006, que captaram a Terra, e outro em 2012,a imagem de 19 de julho será a primeira a mostrar o sistema de Saturno com a Terra em cores naturais, como seriam vistas pelo olho humano. Será também a primeira a captar a Terra e a Lua com a câmera de alta resolução da  Cassini. A posição da nave-sonda lhe permitirá virar suas câmeras na direção do Sol, onde a Terra estará, sem danificar os sensíveis detectores da espaçonave.

"Desde quando nós vimos a Terra entre os anéis de Saturno, em setembro de 2006, em um  mosaico que se tornou uma das mais apreciadas imagens da Cassini, eu vinha desejando fazer isso de novo, mas melhor," disse  Carolyn Porco, chefe da equipe de imageamento da Cassini no Instituto de Ciências Espaciais, em Boulder, Colorado. "Desta vez, eu quis tornar o evento todo uma  oportunidade para qualquer uma Terra apreciar a singularidade do nosso planeta e o valor da vida nele."

Porco e suas equipes de imageamento associadas examinaram a trajetória do voo planejada para  a Cassini até o final de sua missão à procura de um momento em que a Terra não estivesse obstruída por Saturno ou seus anéis.Trabalhando com outros membros da equipe da Cassini, eles descobriram a oportunidade em 19 de julho, que permitirá à espaçonave passar algum tempo sob a sombra de Saturno para duplicar as vistas de momentos anteriores da missão para colher imagens visíveis e em infravermelho do planeta e seu sistema de anéis.

"Olhar para trás em direção ao Sol através dos anéis ressaltará as menores partículas dos anéis, cujo diâmetro é comparável á espessura de um fio de cabelo, e são difíceis de ver através de telescópios baseados no solo," disse Matt Hedman, membro da equipe científica da Cassini  e do grupo de trabalho com os anéis. "estamos especialmente interessados em ver as estruturas do poeirento anel E de Saturno, que é esculpido pela atividade dos gêiseres da lua Encelado, pelo campo magnético de Saturno, e até mesmo pela pressão da radiação solar."

Esta imagem mais recente irá dar continuidade a uma coleção da Nasa de imagens de nosso frágil planeta obtidas no espaço, entre as quais a imagem de 1968 "Earthrise" (Nascer-da-Terra) tirada pela missão á Lua da  Apollo 8 de cerca de 380.000 quilômetros de distância, e a imagem "Pálido Ponto Azul" de 1990, tirada pela Voyager 1 à distância de aproximadamente 6 bilhões de quilômetros. 




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